Atualização (7 de novembro, 21h07 UTC): Este artigo foi atualizado para incluir comentários da My First Bitcoin.
A My First Bitcoin, um programa de educação sobre Bitcoin fundado em El Salvador, encerrou sua colaboração com o Ministério da Educação do país e fará a transição de aulas presenciais locais para o apoio a iniciativas globais de educação em Bitcoin.
A organização já educou mais de 27.000 estudantes presencialmente sobre Bitcoin (BTC) — principalmente em El Salvador — e agora planeja apoiar educadores e projetos comunitários ao redor do mundo por meio de materiais e ferramentas de treinamento de código aberto.
Em um comunicado publicado na sexta-feira, a My First Bitcoin afirmou que a mudança inclui o fechamento de seu escritório físico em El Salvador e a adoção de um modelo de trabalho totalmente remoto.
“Nosso objetivo sempre foi mudar o mundo, mas precisávamos começar com um único aluno, depois uma única cidade, depois uma única nação — e agora estamos prontos para ampliar o impacto potencial de 6 milhões de pessoas para 8 bilhões”, disse o fundador John Dennehy.
Fundada em 2021 como uma organização sem fins lucrativos independente pelo ativista e jornalista americano John Dennehy, a My First Bitcoin ofereceu educação gratuita sobre Bitcoin aos salvadorenhos. Em 2023, a organização fez parceria com o Ministério da Educação de El Salvador para integrar o programa Bitcoin Diploma nas escolas públicas até 2024.
Arnold Hubach, diretor de comunicações da My First Bitcoin, disse ao Cointelegraph que a parceria com o Ministério da Educação foi encerrada em abril de 2025, “sem que nos fosse informado nenhum motivo específico”. Não há iniciativas planejadas para substituir o programa.
A decisão ocorre enquanto El Salvador reavalia suas políticas relacionadas ao Bitcoin após um recente acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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El Salvador e o FMI
El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal em setembro de 2021 e começou a acumular um Bitcoin por dia alguns meses depois.
Em dezembro de 2024, o país firmou um acordo de financiamento de US$ 1,4 bilhão com o FMI, que incluía compromissos para reduzir suas iniciativas relacionadas ao Bitcoin, limitando seus planos de acumulação de BTC.
Como parte do acordo, os legisladores alteraram a lei do Bitcoin do país em janeiro, tornando a aceitação de BTC voluntária para os negócios.
Em julho, o FMI publicou um relatório afirmando que El Salvador não comprou novos Bitcoins desde a assinatura do acordo em dezembro.
Apesar disso, o site do Escritório do Bitcoin de El Salvador continua exibindo registros das compras recorrentes de Bitcoin pelo governo, com reservas totalizando 6.374 BTC — avaliados em cerca de US$ 654,8 milhões até o momento desta publicação.