A escalabilidade é fundamental para a tecnologia blockchain. O problema, no entanto, não está em aumentar a capacidade de processamento de informações. O desafio é cumprir esse objetivo sem abrir mão da segurança e da descentralização. Nesse ponto, as blockchains modulares podem ajudar o mercado de criptomoedas.

Ignas é um autointitulado analista de DeFi que, nesta terça-feira (13), fez uma série de publicações em seu Twitter explicando a importância desse modelo de blockchain.

“Chave para um novo mundo”

O analista diz que os projetos de blockchains modulares são uma narrativa em crescimento para o novo ciclo de alta, e “podem ser a chave para um novo mundo”. Ignas primeiro destaca o que são as blockchains consideradas monolíticas, como Bitcoin, Ethereum e Solana.

“Em uma blockchain monolítica, há uma única camada que lida com as três principais funções: consenso, disponibilidade de dados e execução.” Consenso é a camada que garante a concordância dos validadores sobre o estado atual da rede. A disponibilidade de dados, por suas vez, representa os dados referentes às transações, enquanto a execução é o processamento dessas mesmas transações.

O “Trilema da Blockchain”, então, é mencionado por Ignas. Trata-se do desenvolvimento da escalabilidade, sem que descentralização e segurança sejam sacrificadas. “O Ethereum, por exemplo, sacrifica escalabilidade por descentralização. Isso resulta em altas taxas de gas e transações mais lentas.”

É nesse contexto que as blockchains modulares se mostram importantes, avalia Ignas. O analista explica que essas redes focam em apenas algumas funções, deixando o restante dos processos para camadas separadas. “Isso permite especializações e otimização de tarefas específicas.”

Como uma cebola

Cada camada em uma blockchain modular tem uma função específica. “Uma camada pode lidar com a execução, outra camada pode lidar com a disponibilidade de dados enquanto uma terceira camada lida com o consenso”, diz Ignas.

Imagem: diferença entre Ethereum monolítico e modular/Ignas DeFi

Como exemplo, o analista menciona os rollups do Ethereum, que são soluções de escalabilidade em segunda camada. Os rollups lidam com a execução de transações, e enviam os dados para a Camada 1, que é o Ethereum, onde é feito o consenso.

Em seu roadmap, o Ethereum possui planos de escalar esse modelo por meio de sharding. De forma simplificada, a rede será dividida em 64 cadeias menores, que podem processar dados paralelamente, ou agir como depósitos de dados. “Isso permite que nós armazenem dados publicados somente em sua cadeia, reduzindo os requerimentos e melhorando a performance. Graças aos rollups e sharding, o Ethereum está se tornando modular”, diz Ignas.

Além disso, blockchains modulares permite que novas blockchains possam ser lançadas dentro de seu ecossistema, aproveitando a estrutura já criada. Ignas menciona o Cosmos SDK como exemplo, que é um kit para desenvolvedores responsável por simplificar a criação de blockchains dentro do ecossistema Cosmos. 

Outro exemplo mencionado pelo analista em suas publicações é a Celestia. O projeto se especializa em consenso e disponibilidade de dados, deixando a parte de execução para redes separadas. 

Imagem: descrição da estrutura da Celestia/Momentum

A ideia da Celestia, destaca Ignas, é unir o modelo da Cosmos e da versão focada em rollups do Ethereum com zonas soberanas que possuem interoperabilidade. “Na prática, isso significa que aplicações e blockchains podem ser lançadas de forma rápida, com suas próprias regras de segurança, mas compartilhando garantias de segurança.”

Ignas conclui citando um trecho de um relatório da Delphi Digital: "esperamos que os efeitos das blockchains modulares se tornem gradualmente mais aparentes nos próximos anos”.

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