A Iniciativa de Moedas Digitais (DCI) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apresentou a plataforma experimental PArSEC. A PArSEC – abreviação de "parallelized architecture for scalably executing smart contracts" (arquitetura paralelizada para execução de contratos inteligentes em escala, em tradução livre) – é de código aberto e foi desenvolvida tendo em mente a implantação de moedas digitais de banco central (CBDCs).
Os desenvolvedores destacaram a velocidade da plataforma. Ela executou 118.000 transações ERC-20 por segundo em 128 hosts – superando as blockchains públicas não permissionadas, disseram os envolvidos na iniciativa. Portanto, a plataforma seria capaz de lidar com contratos internacionais e poderia ser usada para otimizar as cadeias de suprimentos e também as verificações de conformidade.
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A PArSEC é compatível com tokens ERC-20, de modo que um formador de mercado automatizado lançado na plataforma poderia fazer transações com ativos como títulos, títulos tokenizados e acordos de recompra, além de CBDCs. Por ser compatível com máquinas virtuais, ela simplificaria as interações entre bancos centrais e comerciais.
A plataforma requer uma quantidade "significativa" de pesquisa contínua, disseram os desenvolvedores. Eles apontaram a segurança, o gerenciamento de chaves e as ferramentas de migração de dados como áreas que precisam ser aperfeiçoadas. A privacidade também é uma questão em aberto.
A privacidade das CBDCs é um ponto que particularmente causa incômodos na comunidade de criptomoedas, que se opõe amplamente a qualquer forma de CBDC. A capacidade de programação não é menos controversa. O resumo do PArSEC afirma:
"Nós nos concentramos em contratos inteligentes porque eles oferecem o mais alto grau de expressividade e funcionalidade aos usuários."
Essa funcionalidade é exatamente o que muitos membros da comunidade de criptomoedas contestam. O pesquisador de criptomoedas Nikhil Raghuveera escreveu no Cointelegraph em abril:
"A capacidade de programação permite o respaldo e a descentralização de ativos que não são viáveis nos projetos em desenvolvimento de CBDCs. Os desenvolvedores deveriam estar alavancando as oportunidades de programação que as stable[coins] oferecem, em vez de tentar competir com as CBDCs."
A programabilidade permite que sejam impostas restrições ao uso de uma moeda digital, o que pode ser útil em um ambiente financeiro descentralizado. No entanto, ela poderia permitir excessos governamentais relativos a uma CBDC, impedindo determinadas compras, censurando transações ou impondo juros negativos aos usuários, argumentam os oponentes das moedas digitais de banco central.
MIT just released PARSEC, our distributed VM runner! We’ve shown PARSEC running the EVM over 100k transactions per second.
— Anders Brownworth (@anders94) August 1, 2023
Web: https://t.co/gUkYvDDeGG
Code: https://t.co/nvcHc3OKEc
O MIT acaba de lançar o PARSEC, nosso executor de VM distribuída! Mostramos o PARSEC executando a EVM [Ethereum Virtual Machine] com mais de 100 mil transações por segundo.
— Anders Brownworth (@anders94)
O PArSEC é fruto de uma pesquisa realizada em 2022. É outro produto do Projeto Hamilton, um empreendimento conjunto do DCI e da unidade de Boston do Banco Central dos EUA (Fed). O Projeto Hamilton foi dado como concluído no final de 2022, logo depois que um grupo de republicanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos escreveu para o chefe do Fed de Boston expressando suas reservas sobre o projeto.
O Fed declarou repetidamente que não introduziria uma CBDC nos Estados Unidos sem a aprovação do Congresso, mas a pesquisa sobre CBDCs do Fed continua em andamento.
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