O gigante das redes sociais Meta planeja reduzir seus gastos com o metaverso em até 30% e redirecionar os recursos para o desenvolvimento de óculos de realidade virtual e inteligência artificial, segundo reportagens da Bloomberg e do The New York Times.

Nenhuma decisão final foi tomada, mas cortes orçamentários e possíveis demissões estão em análise para a divisão Reality Labs da Meta, principalmente na unidade de realidade virtual, que consome a maior parte dos investimentos relacionados ao metaverso, conforme reportaram e confirmaram os dois veículos na quinta-feira.

Os cortes podem ocorrer já em janeiro, mas a Meta pretende redirecionar parte dos recursos para uma unidade da Reality Labs dedicada ao desenvolvimento de óculos de realidade aumentada.

Wall Street reagiu positivamente à notícia: as ações da Meta (META) chegaram a subir mais de 5% na abertura do mercado na quinta-feira, antes de estabilizar em torno de US$ 661, com alta de 3,4% no dia.

As ações da Meta subiram inicialmente mais de 5% na abertura do mercado na quinta-feira. Fonte: Google Finance 

A Meta mudou seu nome de Facebook em 2021 com a ambição de construir um metaverso. A empresa investiu bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de realidade virtual, cujo interesse vem diminuindo à medida que as empresas de tecnologia passam a focar na onda da inteligência artificial.

Competição pelo metaverso esfria

A Meta está reduzindo sua unidade de realidade virtual como parte do planejamento orçamentário anual para 2026, em parte porque a corrida pelo metaverso não foi tão competitiva quanto se esperava.

Fontes disseram à Bloomberg e ao The New York Times que, em 2021, Apple e Google trabalhavam intensamente em dispositivos de realidade virtual concorrentes, mas as empresas desaceleraram seus esforços desde então, o que fez os executivos da Meta sentirem menos pressão para avançar agressivamente nesse segmento.

No entanto, outras empresas ainda trabalham em projetos de metaverso, como a startup de inteligência artificial Infinite Reality, que adquiriu o Napster em março, planejando criar um metaverso voltado à música.

Enquanto isso, a empresa de Donald Trump, DTTM Operations, entrou com pedidos de marca registrada em fevereiro relacionados a um metaverso e um marketplace de NFTs com a marca do ex-presidente dos Estados Unidos.

A Cointelegraph entrou em contato com a Meta para mais comentários.

Meta aposta em óculos de realidade virtual

Embora possa estar recuando no metaverso, o CEO Mark Zuckerberg afirmou em um post na plataforma Threads na quarta-feira que a empresa está abrindo um novo estúdio criativo dentro da Reality Labs, voltado para “design, moda e tecnologia.”

“Estamos entrando em uma nova era em que óculos com IA e outros dispositivos vão mudar a forma como nos conectamos com a tecnologia e uns com os outros”, disse.

Fonte: Mark Zuckerberg

“O potencial é enorme, mas o mais importante é fazer com que essas experiências pareçam naturais e realmente centradas nas pessoas”, completou Zuckerberg. “Com este novo estúdio, estamos focados em tornar cada interação intuitiva, atenciosa e voltada para servir as pessoas.”