As ofertas iniciais de moedas (ICOs) podem ter uma segunda chance de sucesso, segundo o cofundador da iniciativa cripto da família Trump, a World Liberty Financial (WLF).

"Queremos tornar as ICOs grandiosas novamente", disse Zak Folkman, cofundador da WLF, durante um painel com o fundador da Tron, Justin Sun, na conferência Consensus Hong Kong em 19 de fevereiro.

Durante a conversa, Folkman e Sun discutiram os desafios da adoção mainstream das finanças descentralizadas (DeFi), a regulamentação das memecoins e o papel controverso do capital de risco no setor cripto.

Alguns analistas compararam memecoins, como o token Official Trump (TRUMP) de Trump, às ICOs devido a semelhanças como a capacidade de atrair investimentos e a frequente dependência de endossos de figuras públicas influentes.

As ICOs estão prestes a retornar?

Comentando sobre a participação de fundos de venture capital (VC) em projetos como a WLF de Trump, Folkman afirmou que muitos VCs ignoraram a WLF, forçando a plataforma a adotar uma abordagem anti-VC.

"O que eles querem fazer é estruturar tudo para que saiam ganhando. Mesmo que isso aconteça às custas de outra pessoa", disse ele. Nesse cenário, os investidores não estão errados por perderem confiança no setor cripto, destacou Folkman:

"Isso aconteceu por muito tempo. Nosso objetivo é tornar as ICOs grandiosas novamente. No passado, as ICOs eram boas. As pessoas podiam se envolver nos projetos e todos tinham acesso às mesmas oportunidades. Isso não é o que temos visto nos últimos anos."

Contrário à visão dos VCs — que Folkman considera, em grande parte, predatórios — o setor cripto deve oferecer a todos o mesmo acesso à informação e às oportunidades, afirmou ele.

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O fundador da Tron, Justin Sun (à esquerda) e o cofundador da WLF, Zak Folkman, na Consensus Hong Kong. Fonte: Consensus/CoinDesk

"E se você permitir que um VC entre e obtenha algo que não está disponível para mais ninguém, isso é quase anti-cripto, na minha opinião", acrescentou Folkman.

“É uma estupidez arriscar toda a sua poupança em uma memecoin”

As ICOs, que já foram um método popular de captação de recursos na indústria cripto, enfrentaram forte fiscalização dos reguladores financeiros dos EUA após o boom das ICOs em 2017.

Segundo Folkman, parte do motivo pelo qual as ICOs fracassaram foi a falta de regulamentação, o que agora também parece ser um problema para as memecoins.

"Quantas pessoas estão no Twitter agora reclamando que perderam todas as suas economias em uma memecoin que deu rug pull?", perguntou ele, acrescentando:

"Não vou dar conselhos financeiros a ninguém, mas acho que é uma estupidez arriscar toda a sua poupança em uma memecoin, certo?"

O cofundador da WLF acrescentou que são necessárias regras justas para que a indústria possa aplicá-las de maneira uniforme.

Memecoins são o futuro das criptomoedas, diz Sun

Apesar da incerteza regulatória em torno das memecoins, Justin Sun, da Tron, acredita no potencial delas a longo prazo.

"Eu definitivamente acredito que os memes são o futuro das criptomoedas", disse Sun durante o painel, acrescentando que os tokens meme precisam ser lançados "da maneira correta" e criticando os rug pulls no setor de memecoins.

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Fonte: The DeFi Investor

Ele citou exemplos de memecoins bem estabelecidas, como o Dogecoin (DOGE), que existe há anos e cuja capitalização de mercado tem crescido gradualmente, em vez de disparar no início e depois cair a zero.

"A maioria das memecoins que vimos no mercado hoje tem uma alta capitalização de mercado no lançamento e depois vai a zero, porque todos perdem a confiança no token", afirmou Sun.