por Leandro França de Mello

O Bitcoin tem feito a alegria dos "hodlers" e chamado a atenção da imprensa mais uma vez. Tudo isso turbinado pelo interesse do que pode acontecer com o preço do ativo digital após o próximo halving, marcado para acontecer daqui a aproximadamente 100 dias.

O fato é que ninguém sabe exatamente o que pode acontecer com o Bitcoin após esse evento. Há quem acredite muito em uma valorização extrema, devido à escassez programada, e outros que acreditam que o calcanhar de Aquiles desse processo está na mineração.

Para estes, trata-se de uma atividade cara, pouco regulada, que sofre de determinismo geográfico extremo - visto que não é rentável minerar em qualquer lugar do mundo - e que demanda recursos energéticos e investimentos intensivos.

Em resumo, pode ser que estejamos diante de um paradoxo: a mineração pode se tornar pouco interessante para a maioria dos mineradores, independente do quanto o Bitcoin venha a valer.

Claro que, nesta análise, estamos falando de mineradores médios. No que tange aos pools de mineração, a China atualmente mantém o controle de 81% de todo o poder de mineração do criptoativo no mundo, segundo dados do BuyBitcoinWorldwide.

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Imagem: BuyBitcoinWorldWide

Os pools de mineração chineses Poolin, F2Pool, BTC.com, AntPool, ViaBTC, 1THash&58Coin e BTC.Top, concentram 74,3% de todo o poder de mineração do mundo.

O uso de mineradoras ASIC foi um dos marcos mais importantes na mineração de BTC. Isso se correlacionou com o aumento do preço do BTC e foi um bom indicador de que havia adoção e impulso por trás do início do Bitcoin, além dos entusiastas iniciais.

Se olharmos somente para a concentração de mineração, devemos nos indagar qual será o impacto sobre o preço do Bitcoin, após o halving que se aproxima, caso os mineradores considerem pouco rentável continuar minerando?

A resposta, claro, ninguém sabe dizer. Mas é fato que ela será determinante para o futuro do Bitcoin.