As principais fornecedoras de carteiras de hardware para criptomoedas, Ledger e Trezor, lançaram novas versões de seus dispositivos, oferecendo aos usuários mais opções para proteger seus ativos por meio da autocustódia.
A Ledger, sediada em Paris, apresentou seu novo dispositivo, o Ledger Nano Gen5, na quinta-feira. Em uma mudança notável, a empresa abandonou completamente o termo “carteira de hardware” e agora se refere a todos os seus dispositivos como “Ledger signers”.
A concorrente Trezor, com sede em Praga, também lançou nesta semana o Trezor Safe 7, descrevendo o produto como sua primeira carteira de hardware pronta para a computação quântica.
Como ambas vêm fornecendo dispositivos de autocustódia há mais de uma década, o Cointelegraph analisou de perto as novas carteiras, destacando as principais atualizações, novos recursos e melhorias de segurança.
A era dos ‘Ledger signers’
A atualização da Ledger traz várias novidades de marca, incluindo a reformulação do aplicativo Ledger Live, que passa a se chamar Ledger Wallet, e a introdução do Ledger Multisig, uma ferramenta criada para corrigir a vulnerabilidade de assinatura cega no ecossistema multisig.
O novo Ledger signer, o Nano Gen5, inclui a Ledger Recovery Key lançada em junho, suporte contínuo à conexão Bluetooth e uma tela maior. O dispositivo custa US$ 179 nos Estados Unidos e 179 euros na Europa.
“O Ledger Nano traz a experiência aprimorada de nossos signers com tela sensível ao toque, o Ledger Flex e o Ledger Stax, em um pacote mais acessível”, disse um porta-voz da Ledger ao Cointelegraph.
“A tela maior, em comparação com o Nano S Plus e o Nano X, permite uma interface mais intuitiva, além de oferecer suporte ideal para assinatura clara e verificação de transações”, acrescentou o representante.
Mantendo sua abordagem de design inspirada na Apple, a Ledger contou novamente com o criador do iPod, Tony Fadell, que trouxe a designer de ícones da Apple, Susan Kare, para criar artes exclusivas para o novo Ledger signer.
Safe 7: a primeira carteira quântica da Trezor
A nova Trezor Safe 7 inaugura uma geração de carteiras de hardware com dois elementos de segurança, Bluetooth, carregamento sem fio e design preparado para a computação quântica.
O design de chip duplo combina o chip TROPIC01, da Tropic Square, com auditoria pública, a um elemento secundário EAL6+ sem NDA. O Bluetooth torna o Safe 7 a primeira carteira da Trezor capaz de se conectar sem fio a iPhones e outros dispositivos. O preço é de 249 euros.
A “preparação quântica” do Safe 7 significa que o dispositivo é “tecnicamente capaz de receber atualizações pós-quânticas quando chegar o momento”, explicou o diretor de operações da Trezor, Danny Sanders, ao Cointelegraph.
“As carteiras Trezor anteriores, assim como todos os dispositivos atualmente no mercado, não incluem arquitetura compatível com computação quântica”, disse Sanders, ressaltando que a empresa quer redefinir o conceito de carteiras de hardware “feitas para durar”.
Ele acrescentou que a computação quântica ainda está em estágios iniciais e que levará bastante tempo até representar uma ameaça real aos padrões criptográficos atuais.
Os dispositivos antigos serão descontinuados?
Apesar das atualizações significativas nas tecnologias de autocustódia, as versões anteriores das carteiras ainda funcionam normalmente.
“Não projetamos carteiras esperando que os usuários colecionem todas”, afirmou Sanders, da Trezor, enfatizando que o principal foco da empresa é atender às diferentes necessidades dos usuários.
Ele acrescentou que todas as carteiras Trezor continuam recebendo suporte e atualizações de segurança.
A Ledger também garantiu que nunca lançou atualizações que tornem dispositivos antigos obsoletos, mas reconheceu que “sempre chega um ponto em que não é mais viável fornecer atualizações e suporte a novos recursos para produtos antigos”.
