A exchange de criptomoedas Kraken não está com pressa para fazer uma listagem pública nos Estados Unidos, mesmo com um cenário regulatório mais favorável e condições de mercado em melhora incentivando outras empresas do setor a buscar uma oferta pública inicial.
“Estamos financeiramente sólidos. Sabemos fazer nossa própria gestão de riscos na forma como conduzimos a empresa”, disse o co-CEO da Kraken, Arjun Sethi, ao Yahoo Finance na quinta-feira.
“Temos capital suficiente no balanço hoje como empresa privada”, acrescentou. “Não corremos para a porta o mais rápido possível.”
Várias empresas de criptomoedas abriram capital neste ano, à medida que a administração Trump sinalizou uma postura mais favorável para o setor, o que é visto como um incentivo para estreias bem-sucedidas.
Relatórios desde pelo menos meados de 2024 afirmam que a Kraken planejava abrir capital, com a Bloomberg informando em março que a empresa estava organizando um IPO já no primeiro trimestre de 2026.
Sem FOMO apesar dos novos IPOs
Sethi disse que a Kraken não tem “medo de ficar de fora só porque todos os outros estão fazendo isso”.
Na quinta-feira, a gestora de criptoativos Grayscale entrou com pedido para estrear nos EUA, enquanto empresas tentam repetir o forte IPO da emissora de stablecoin Circle, em junho, quando suas ações dispararam mais de 160%, superando US$ 83. Um rali nos dias seguintes levou o preço para acima de US$ 260, mas depois esfriou, recuando para pouco mais de US$ 82.
As rivais da Kraken, Gemini, Bullish e eToro, também abriram capital neste ano, assim como a empresa de blockchain Figure, enquanto a custodiante BitGo entrou com pedido para fazer o mesmo em setembro.
“O bom dessas empresas abrindo capital primeiro é que elas educam o mercado sobre o que é bom e o que é ruim, como é a margem, como se ganha dinheiro”, acrescentou.
A Kraken foi lançada em 2011, e dados do Crunchbase mostram que ela levantou US$ 530 milhões em financiamento ao longo desse período, a maior parte vinda de uma rodada de US$ 500 milhões em setembro que avaliou a empresa em US$ 15 bilhões.
Sethi, da Kraken, não se preocupa com queda do Bitcoin
O Bitcoin (BTC) caiu mais de 4% no último dia e está próximo de US$ 97.000, uma correção superior a 22% em relação ao pico acima de US$ 126.000 no início de outubro.
No entanto, Sethi não demonstrou preocupação com a queda, que normalmente se traduz em menor tráfego e volume nas exchanges de criptomoedas como a Kraken.
“Se você observar a inclinação geral das criptomoedas, do Bitcoin [...] sempre há essas curvas que continuam mudando para todas as classes de ativos”, afirmou.
“O mais importante é a tese por trás do motivo de você querer comprar Bitcoin ou Ethereum, ou qualquer um desses ativos, em vez de manter dólar ou outras ações”, acrescentou.