O novo token YZY lançado na Solana pelo rapper Kanye West disparou para US$ 3 bilhões em valor apenas 40 minutos após o lançamento, mas preocupações com vendas de insiders prejudicaram boa parte dos ganhos.
Em uma publicação no X nesta quinta-feira, West, que agora atende oficialmente por Ye, compartilhou o endereço do contrato junto com o site do Yeezy Money, que ele descreve como “UMA NOVA ECONOMIA, CONSTRUÍDA EM BLOCKCHAIN.”
O site descreve o YZY como uma moeda para alimentar transações dentro do “YZY MONEY”, um “sistema financeiro construído sobre infraestruturas cripto.”
Em uma publicação posterior, West disse: “o token oficial YZY acaba de ser lançado.”
Em apenas 40 minutos, o token YZY atingiu uma capitalização de mercado de US$ 3 bilhões, mas caiu para cerca de US$ 1,05 bilhão no momento da publicação, segundo a plataforma de análise de dados Nansen.
Nos detalhes do site, é mencionado que o token não está disponível para entidades em jurisdições restritas. Também alerta os usuários sobre os riscos associados a ativos digitais, incluindo a “possibilidade de perda total.”
Um usuário compartilhou um print em que West alertava os usuários em fevereiro que lhe ofereceram US$ 2 milhões para promover uma moeda falsa, o que envolveria ele fingir que sua conta foi hackeada após divulgar o token.
No momento da publicação, o patrimônio líquido de West era estimado em US$ 400 milhões, segundo a Forbes.
Observadores apontam suposto uso de informação privilegiada
O site do Yeezy Money afirmou que foram implantados 25 contratos do token YZY, com um sendo selecionado aleatoriamente como o oficial, para desencorajar bots caçadores de tokens.
Ainda assim, o lançamento do YZY levantou suspeitas de uso de informação privilegiada, semelhante a outras memecoins de celebridades.
A plataforma de análise on-chain Lookonchain afirmou que apenas tokens YZY foram adicionados à pool de liquidez, o que significava que os desenvolvedores poderiam vender os tokens quando quisessem, bastando alterar a liquidez da pool.
Conor Grogan, diretor da Coinbase, apontou que pelo menos 94% do fornecimento do token estava nas mãos de insiders, com uma única carteira multisig detendo 87% da oferta antes de ser distribuída para múltiplas carteiras.
Um usuário que supostamente tinha informações privilegiadas comprou o token errado por engano, o que o levou a perder US$ 710.000; no entanto, ele recuperou as perdas ao comprar o token correto depois, segundo a Lookonchain.
Outro usuário lucrou US$ 3,4 milhões, pagando US$ 24.000 em taxas prioritárias na rede Solana para garantir que a transação fosse processada o mais rápido possível.
A Onchain Lens observou que uma entidade que comprou o token no início chegou a um lucro de US$ 6 milhões quando o token atingiu o pico.
Baleias cripto e traders continuam comprando
Apesar das preocupações, vários traders cripto conhecidos disseram ter comprado o token.
O trader alavancado James Wynn afirmou que baleias provavelmente seriam atraídas pelo token devido à sua liquidez e volume.
Wynn disse que se trata de uma jogada de curto prazo, e que pretende dobrar ou quadruplicar o valor que investiu no token. O trader citou o memecoin homônimo do presidente Donald Trump, que quadruplicou em 28 horas, como sua inspiração para o investimento.
“Entrei no $YZY após queda de 60%. $TRUMP subiu de US$ 4 bi para US$ 15 bi em 28 horas. 4x”, comentou Wynn.
O cofundador da BitMEX, Arthur Hayes, também parece ter comprado o token.
Tokens de celebridades têm histórico misto
Memecoins de celebridades ganharam muita atenção neste ano, com o apoio do presidente da Argentina, Javier Milei, ao token LIBRA sendo um dos casos mais controversos.
Em fevereiro, o presidente argentino compartilhou o token LIBRA no X, o que fez a capitalização de mercado do token disparar para US$ 4 bilhões; no entanto, ele apagou a publicação horas depois, após enfrentar forte reação da comunidade, o que derrubou o preço do token.
O incidente causou indignação, com muitos pedindo restrições severas sobre memecoins promovidas por políticos.
No início deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, lançou o memecoin TRUMP antes de sua posse presidencial.