O JPMorgan Chase & Co. — o maior banco do mundo em capitalização de mercado — iniciou a implantação de um token que representa depósitos mantidos na instituição, chamado JPM Coin.
De acordo com um relatório da Bloomberg publicado nesta quarta-feira, os clientes institucionais do JPMorgan agora têm acesso ao JPM Coin. O co-líder da divisão de blockchain do banco, Naveen Mallela, disse à Bloomberg que o token representa depósitos em dólares norte-americanos e permite o envio e recebimento de dinheiro na blockchain criada pela exchange norte-americana Coinbase, chamada Base — uma plataforma endossada pelo banco.
Em meados de junho, Mallela anunciou que um número fixo de tokens JPMD seria transferido para a Coinbase na Base nos dias seguintes. A transferência fez parte de uma fase piloto que foi seguida pela liberação do acesso ao token de depósito para clientes institucionais da Coinbase. Ainda assim, um porta-voz do banco disse ao Cointelegraph que a instituição planeja adicionar suporte a mais blockchains públicas no futuro.
O JPM Coin permite processamento de pagamentos instantâneo e ininterrupto, muito mais rápido do que os prazos típicos do sistema bancário dos Estados Unidos. A notícia segue o anúncio feito nesta semana pelo JPMorgan e pelo grupo bancário multinacional de Singapura DBS, de que estão desenvolvendo uma estrutura de tokenização para permitir transferências on-chain entre seus ecossistemas de tokens de depósito.
Um porta-voz do JPMorgan explicou que a iniciativa tem como objetivo “permitir a troca e a liquidação contínuas de depósitos tokenizados em blockchains públicas e permissionadas, estabelecendo um novo padrão para o setor.” O representante também disse ao Cointelegraph que o JPM Coin “pode ser transferido para pagamentos peer-to-peer entre entidades aprovadas e listadas” e que “não há planos de oferecer o JPM Coin a clientes de varejo neste momento.”
O porta-voz acrescentou ainda que o JPMorgan planeja emitir o JPM Coin em outras denominações de moeda além do dólar americano. A empresa também “já registrou a marca JPME para tokens de depósito denominados em euros.”
Não é uma stablecoin
O JPM Coin é um chamado “token de depósito”, o que significa que representa uma reivindicação direta sobre um depósito bancário e, portanto, é uma responsabilidade regulada do banco emissor. Essa é a principal diferença entre esse tipo de token e as stablecoins tradicionais, que são emitidas por entidades privadas e lastreadas por ativos para manter seu valor.
Assim como grande parte do setor financeiro norte-americano, o JPMorgan parece estar reforçando seu compromisso com a tokenização e a tecnologia blockchain. No fim de outubro, as divisões de banco privado e gestão de ativos do JPMorgan realizaram a primeira transação na plataforma de tokenização de fundos Kinexys Fund Flow.
JPMorgan aposta nas criptomoedas
A empresa também demonstrou entusiasmo em relação ao ecossistema cripto mais amplo, não apenas à tokenização baseada em blockchain. No fim de outubro, foi relatado que o JPMorgan estaria planejando permitir que clientes usem Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) como garantia para empréstimos.
Em meados de janeiro, o JPMorgan sugeriu que um ETF de Solana (SOL) atrairia de US$ 3 bilhões a US$ 6 bilhões, enquanto um ETF de XRP poderia captar de US$ 4 bilhões a US$ 8 bilhões em novos investimentos. O banco também foi recentemente apontado como desenvolvendo planos para oferecer serviços de negociação de criptomoedas.
Ainda em outubro, o JPMorgan informou a seus consultores financeiros que todos os clientes poderão investir em fundos de criptomoedas. Até então, apenas investidores de alto patrimônio com mais de US$ 1,5 milhão em ativos e perfil de risco agressivo tinham acesso a esses produtos.