Instituições financeiras tradicionais estão moldando cada vez mais as narrativas no setor de criptomoedas e estão prontas para se beneficiar mais das tendências atuais, segundo Arthur Azizov, fundador da B2 Ventures, uma “aliança” privada de serviços de criptomoedas e empresas de tecnologia financeira.

Azizov disse ao Cointelegraph que este ciclo de mercado tem sido dominado por investidores institucionais, veículos de investimento como fundos negociados em bolsa (ETFs), governos e emissoras de stablecoins.

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O fluxo acumulado total dos ETFs de Bitcoin mostra que bilhões de dólares em capital foram direcionados para veículos de investimento em Bitcoin. Fonte: Farside Investors

Ele também afirmou que os grandes bancos acelerarão essa tendência em um futuro próximo, assim que tiverem clareza regulatória para interagir com criptomoedas, dizendo que será apenas uma “questão de meses” entre o momento em que esses bancos obtiverem clareza regulatória e o lançamento de uma stablecoin. Azizov acrescentou:

“Os bancos têm uma base substancial de usuários. Eles já têm seus próprios clientes. Esses clientes são leais a esses bancos. E, para eles, implementar criptomoedas em suas operações será relativamente fácil.”

“Essas instituições já mudaram o cenário. No futuro, isso vai mudar ainda mais e eu diria que não é bom para pequenas startups”, continuou.

O aumento da presença de investidores institucionais, bancos e empresas no setor cripto criou tensão entre essas instituições financeiras tradicionais e os cypherpunks que iniciaram o movimento cripto, que defendem a descentralização completa do sistema financeiro.

O governo também está impulsionando a institucionalização das criptomoedas

Os governos também têm incentivos econômicos para regulamentar as criptomoedas e incorporá-las ao sistema financeiro tradicional.

“A narrativa é regulamentar as criptomoedas, não apenas porque elas são mainstream, mas para atrair empresas de tecnologia, jovens talentos e startups de fintech”, disse Azizov ao Cointelegraph.

Esse aumento da regulamentação significa um foco maior nas regras de combate à lavagem de dinheiro (AML) e nos requisitos de Conheça Seu Cliente (KYC), acrescentou.

As exigências de AML e KYC já são obrigatórias para aplicativos cripto voltados ao consumidor em grande parte da região Ásia-Pacífico (APAC) e da Europa, e Azizov disse esperar que essa tendência também se estabeleça nos Estados Unidos.

O foco na vigilância do consumidor e em contas oficialmente registradas vai contra a proposta de valor das finanças descentralizadas (DeFi), que prometem acesso sem permissão a um sistema financeiro resistente à censura.