A exchange híbrida de criptomoedas GRVT é a mais recente empresa do setor a obter aprovação regulatória da Autoridade Monetária das Bermudas (BMA).
A GRVT obteve uma Licença de Negócios de Ativos Digitais Classe Modificada (M) da BMA, permitindo que a exchange opere como uma exchange descentralizada (DEX) regulamentada, informou a GRVT ao Cointelegraph em 6 de dezembro.
Após receber a licença inicial Classe M sob o Ato de Negócios de Ativos Digitais das Bermudas (DABA), a GRVT pretende obter uma licença Classe Completa (F) até meados de 2025 e expandir suas operações além de um ambiente sandbox, afirmou o cofundador e CEO da GRVT, Hong Yea.
A BMA emitiu a licença Classe M para a GRVT em 5 de dezembro. Fonte: GRVT
Ao obter a licença, a GRVT se junta a mais de 30 empresas de criptomoedas licenciadas pelo regulador, incluindo grandes nomes do setor como Coinbase, Bittrex, HashKey e outros.
Uma das primeiras DEXs regulamentadas
A aquisição da licença pela GRVT nas Bermudas a torna uma das primeiras operadoras de DEX, permitindo que a empresa una finanças descentralizadas (DeFi) e finanças centralizadas (CeFi).
A empresa afirmou que levou 15 meses para adquirir a licença e que o período de aquisição coincidiu com o lançamento de testes internos de mainnet para instituições, realizado em 4 de dezembro.
Fonte: GRVT
“Em cerca de duas semanas, lançaremos oficialmente nossa mainnet para todos os usuários. Nosso volume de negociação estará disponível por meio dos principais provedores de dados externos”, disse Yea ao Cointelegraph.
Incorporada em novembro de 2022, a GRVT atualmente conta com 55 parceiros institucionais e clientes, além de 17 formadores de mercado testando sua testnet, com um compromisso contratual de um volume de negociação mensal de US$ 4,2 bilhões. Também possui mais de 20.000 usuários de varejo que passaram pelo processo de Conheça Seu Cliente (KYC), afirmou Yea.
CeFi e DeFi não precisam ser divididos
Os ecossistemas CeFi e DeFi não precisam ser divididos, pois a estrutura regulatória está bem posicionada para ajudar as DEXs a melhorar padrões universais e outras práticas, explicou Yea.
“Estamos aqui para unificar criptomoedas e finanças tradicionais, criando um sistema onde os ativos se movimentem livremente e todas as formas de valor coexistam em um ecossistema integrado”, afirmou o CEO, acrescentando:
“A descentralização distribui o controle para longe de autoridades centrais, promovendo transparência, segurança e empoderamento do usuário. A regulamentação estabelece padrões para proteger os usuários, garantir a integridade do mercado e promover práticas justas.”
Yea ainda destacou que regulamentação e descentralização “não são mutuamente exclusivas”, pois esses conceitos têm o potencial de se conectar no ecossistema digital.
“Se olharmos para a realidade do DeFi hoje, as instituições ainda veem o DeFi como algo não testado, inseguro e não regulamentado. O status não regulamentado do DeFi é a principal razão pela qual as instituições o evitam”, acrescentou.
Conceito CeDeFi ganhando força
A GRVT não é a primeira empresa a reconhecer os benefícios mútuos do CeFi e do DeFi.
O conceito de CeDeFi, que une os princípios fundamentais do CeFi e do DeFi, tem crescido nos últimos anos, com mais players aderindo à ideia.
Em novembro de 2024, a empresa de carteiras cripto de autocustódia SafePal anunciou que seu Mini App no Telegram incorpora princípios CeDeFi ao oferecer uma exchange cripto regulamentada com um cartão Visa digital.
“Gostemos ou não, as finanças tradicionais (TradFi) têm séculos de evolução regulatória e estruturas que permitem que permaneçam no mainstream, apesar de falhas sistêmicas como a crise financeira de 2008. Por outro lado, o DeFi carece de padrões regulatórios, o que o manteve à margem, apesar de nossa grande visão para ele”, declarou Yea.