O Google anunciou, nesta terça-feira 30, uma parceria com o C6 e PicPay para uma integração completa com o Pix e Open Finance direto na carteira do Google, liberando pagamentos, recebimentos e demais funções diretas na carteira da empresa. Para tanto, o Google conquistou uma licença de iniciador de pagamentos junto ao Banco Central.

Segundo Elisa Joia, Head de operações de pagamentos do Google Pay para a América Latina, a integração vai criar a possibilidade de gerenciamento de diversas contas bancárias dentro do app do Google, bastando que o usuário faça a integração do banco com a carteira do Google da mesma forma que é feita atualmente com os cartões.

Com a integração, haverá uma jornada de pagamento sem direcionamento, ou seja, não haverá um redirecionamento para o app do banco, sendo que todos os pagamentos podem ser feitos e gerenciados diretamente pelas contas vinculadas na carteira do Google. 

Assim, para fazer o Pix pela Carteira do Google, os clientes precisarão conectar a sua conta à Carteira do Google no aplicativo da instituição parceira. Uma vez vinculada a conta, a opção do Pix aparecerá automaticamente na Carteira do Google na tela inicial. Com isso, basta selecionar a forma em que deseja fazer o Pix – seja digitando a chave, usando o recurso copia e cola (compras on-line), ou apontando a câmera para o QR Code da maquininha do comerciante, quando for usar em lojas físicas.

“O Google continua investindo no Brasil e um de nossos objetivos é oferecer a melhor carteira digital para os brasileiros. Temos colaborado com a indústria e reguladores para assegurar uma presença sólida e um produto de qualidade. Ter o Pix como uma forma de pagamento é um movimento natural para atender plenamente às demandas de pagamentos do país", comenta Elisa Joia.

Integração do Google com o Pix

Neste começo, o Google aponta que haverá um limite diferenciado para as operações do Pix dentro da carteira do Google e, após avaliações e feedbacks, os limites serão ampliados. Inicialmente também será possível integrar apenas contas do C6 e PicPay, mas a proposta também é ampliar para outras instituições.

"Estamos abertos a colaboração com todas as instituições da indústria", disse a head do Google.

Elisa destacou ainda que para usar a funções os usuários terão que passar por um fluxo de cadastro em duas etapas, sendo que elas serão feitas apenas uma vez. A empresa destacou também que o lançamento será feito em fases para os usuários, para identificar a adesão e as funcionalidades.

"A ideia é justamente do lançamento ser pequeno, a gente poder entender como é o comportamento em relação ao limite e a nossa intenção é que exista um limite diferenciado, nesse momento com um limite fixo. A gente já selecionou alguns clientes, a ideia é que isso seja feito em ondas, para que a gente possa ir avaliando cada um dos feedbacks, para que a gente consiga abrir para 100% dos clientes", destacou.

A Head do Google apontou também que o sistema financeiro brasileiro tem sido referência em todo o mundo, e que há uma agenda regulatória que vai incentivar ainda mais a inovação no país.

"O que vemos é uma ebulição de inovação em vários tipos de pagamento e sempre muito focado em como melhorar a experiência dos usuários Nos queremos continuar trabalhando com o ecossistema de iniciador de pagamentos, mas a gente não tem uma pretensão de substituir os prevedores que já existem hoje. A nossa missão é ser um iniciador de pagamento. Temos avaliado outras formas de atuação neste ecossistema mas ainda não podemos compartilhar novos detalhes", disse.

Segundo informou o Google, o pagamento instantâneo acontece de forma segura, pois utiliza solução de autenticação revisada por todo o mercado e validada pelo Open Finance, que sempre passa pela aprovação da instituição financeira e exige um método de desbloqueio seguro do aparelho.

“A segurança é o pilar central da Carteira do Google. Ela conta com uma abordagem de múltiplas camadas, para garantir uma proteção robusta tanto para a população em geral, quanto para os nossos parceiros e desenvolvedores” explica Elisa. 

Maxnaun Gutierrez, head de produtos para pessoa física do C6, apontou que estamos na quarta onda de aceitação do Pix, na qual as instituições financeiras, usando o Open Finance, expandem para outras carteiras digitais.

"Então, hoje para se usar o PIX no e-commerce, a gente tem uma dificuldade porque a gente precisa sair do ambiente de compra. Ir para um ambiente da instituição financeira e depois voltar. Isso faz com que a fricção seja muito forte. No entanto, com este lançamento há uma jornada sem direcionamento e o cliente consegue resolver ali no momento que ele está efetivando a compra. É muito mais fácil e simples e aí, consequentemente, a experiência de compra é mais fluída", disse Gutierrez.

Já Pedro Romero, diretor de Wallet & Banking do PicPay, destacou que o Pix é central na estratégia do PicPay e no dia a dia dos clientes.

"É uma grande porta de entrada para o ecossistema e um dos produtos cuja utilização mais cresce a cada mês. Construir essa parceria com o Google vai deixar esses pagamentos ainda mais rápidos e seguros", apontou.