Os investidores venderam ações da exchange de criptomoedas Gemini nesta segunda-feira, levando o papel a uma mínima histórica no pós-mercado, depois que os primeiros resultados trimestrais da empresa mostraram perdas decorrentes das despesas ligadas ao processo de IPO.
A Gemini divulgou seus resultados do terceiro trimestre nesta segunda-feira — os primeiros desde que abriu capital em setembro — e reportou receitas de US$ 50,6 milhões, mais que o dobro dos US$ 24,5 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
No entanto, a empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 159,5 milhões, em comparação com US$ 90,1 milhões um ano antes, principalmente devido aos custos relacionados a compensações e publicidade antes de sua oferta pública inicial.
As ações da Gemini (GEMI) encerraram o pregão de segunda-feira em alta de 4%, a US$ 16,84, mas despencaram para US$ 14,75 após o fechamento do mercado. No pós-mercado, recuperaram ligeiramente, encerrando com queda de 6,2%, em uma nova mínima histórica de US$ 15,80.
O preço das ações da Gemini caiu cerca de 40% desde o IPO, lançado a US$ 28 por ação em 12 de setembro, já que o mercado cripto não conseguiu sustentar a alta que atingiu seu pico no início de outubro.
Gemini aposta na ambição de um “super app”
A queda nas ações ocorre enquanto o presidente e cofundador da Gemini, Cameron Winklevoss, sinalizou aos investidores, durante a teleconferência de resultados, que a exchange está apostando na construção de um “super app” cripto para integrar múltiplos produtos.
“Estamos realmente empolgados em construir o super app”, disse ele. “O futuro é on-chain. Somos uma empresa on-chain, e este é o nosso território.”
“Nosso ponto de vista é que todos os mercados estão migrando para on-chain. Em breve, você poderá manter um dólar tokenizado via stablecoin, uma ação tokenizada e commodities digitais — tudo em um único aplicativo”, afirmou Winklevoss. “Estamos fazendo bons progressos nesse sentido.”
Winklevoss acrescentou que a ambição da empresa é criar seus próprios produtos, em vez de firmar parcerias ou adquirir outras empresas.
Mercados de previsão são como o Bitcoin em 2012, diz Winklevoss
Winklevoss também afirmou estar “muito animado” com a adição de mercados de previsão à plataforma, que permitem aos usuários apostar em resultados de eventos que vão desde esportes até política.
“A ideia de poder construir um mercado sobre qualquer coisa, qualquer tipo de evento, é fascinante e realmente uma oportunidade sem limites”, disse ele. “Estamos trabalhando para lançá-los globalmente.”
“Acreditamos que ainda é o começo. Isso nos lembra muito o que o Bitcoin parecia em 2012, quando o descobrimos pela primeira vez.”
A Gemini informou que entrou com pedido para se tornar um mercado de contratos designado (DCM) junto à Commodity Futures Trading Commission (CFTC) para oferecer mercados de previsão, confirmando uma reportagem de quarta-feira de que pretendia entrar nesse setor.
“Assim que o governo reabrir, esperamos continuar com essa solicitação e, esperamos, trazer esses produtos ao mercado em breve”, disse Winklevoss.