O futuro do sistema financeiro nacional será com Real Digital, blockchain, DeFi e tokens, declarou o Banco Central durante um workshop organizado na sede da instituição em Brasília. O evento, intitulado 'A Tokenização das finanças: dos criptoativos às moedas digitais de bancos centrais’, foi realizado em colaboração com a Fenasbac e teve como foco tópicos como moedas digitais de bancos centrais, dinheiro programável, ecossistemas de pagamentos instantâneos, entre outros.
Temas como moedas digitais de bancos centrais; dinheiro programável; ecossistemas de pagamentos instantâneos; operações transfronteiriças; regulação financeira da economia digital e impactos sociais decorrentes; soluções tecnológicas voltadas para a inovação das finanças; e inclusão e educação financeira estiveram no foco do debate.
Apesar da variedade de temas, um entendimento foi unânime: a robustez do processo de inovação no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e o papel de protagonista desempenhado pelo BC na promoção desse ambiente inovador, com destaques para a implementação pelo BC do Pix, Open Finance e Real Digital.
“A adoção do Pix pela sociedade brasileira foi impressionante, com uma expansão extremamente rápida (da sua utilização), sem comparação internacional em termos de sucesso. E consigo ver mais possibilidades com o Open Finance”, disse o professor Robert M. Townsend, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), convidado de honra do Workshop.
Para ele, a sociedade mundial tem se deparado com uma nova realidade baseada na economia digital. “Por isso, a importância de um evento como esse, que tem aspectos e atores-chave envolvidos no debate.
Esse é um esforço crítico, que é necessário ser feito para que os atores de cada uma das áreas – tecnologia da informação, direito e economia – possam entender melhor as particularidades da perspectiva das outras áreas, o que não é fácil”, completou.
Real Digital
O diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, enfatizou que o principal objetivo é um sistema financeiro cada vez mais eficiente e inclusivo. Ele prevê uma "tokenização" completa de ativos financeiros e contratos no futuro.
"O que buscamos é um SFN cada vez mais eficiente, que traga resultados concretos para a sociedade brasileria em todas as suas dimensões, considerando que vislumbramos a completa digitalização da intermediação financeria. Além de mais competição, trabalhamos por um SFN do futuro, com ampla inclusão das diversas camadas da sociedade, com menor custo de intermediação, redução das barreiras à entrada, eficiência tempestiva do controle de risco e monetização dos dados", disse
Ele completa que “haverá, naturalmente mais à frente, a ‘tokenização’ completa de ativos financeiros e de contratos” - “tokenização” é o processo de representar digitalmente um ativo ou propriedade de um ativo.
Especificamente sobre o Real Digital (a nossa Central Bank Digital Currency - CBDC), o Diretor afirmou que o projeto tem fases muito bem definidas até sua implementação, prevista para fim de 2024.
“Esse Workshop funcionou como uma etapa de interlocução com todos os atores interessados na CBDC brasileira”.
Tal visão se alinha com a do coordenador da Iniciativa do Real Digital, Fabio Araujo – consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban).
“O Workshop foi muito importante no sentido de troca de experiências, seja com atores nacionais e internacionais, atuantes em diversas áreas acadêmicas e de negócios. As discussões darão ainda mais solidez para o desenvolvimento do Real Digital”, considerou.
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