Notícias falsas podem impulsionar ou derrubar artificialmente o preço de criptomoedas e ações, causando prejuízos.

A especialista Ana Paula Hornos, do Estadão, dedicada à psicologia, educação financeira e orientação profissional, diz que a falta de evidências, fake news, incertezas, especulações, rumores, ou condutas não confiáveis podem levar as pessoas a decisões erradas, rupturas de relacionamentos e problemas financeiros.

Ela deu como exemplo, uma notícia falsa que se espalhou no dia 13 de setembro e que deixou o mercado de criptomoedas agitado.

Ana Paula conta que um informe publicado pelo distribuidor de releases GlobeNewswire dizia que a criptomoeda Litecoin seria aceita em lojas do Walmart a partir de 1º de outubro. 

A rede de supermercados negou a fake news horas depois, mas o valor da Litecoin já havia subido, já o Bitcoin e outras criptomoedas sofreram volatilidades.

As consequências das notícias falsas podem ser desastrosas, segundo Ana Paula.

“Podem levar empresas a temer investimentos ou a perder seu valor no mercado; podem impactar países em suas taxas de juros, de emprego, em seu crescimento e estabilidade.”

Por isso, ela dá uma dica fundamental que serve para todo o setor de criptomoedas, acostumado com boatos que deixam o mercado ainda mais volátil:

“É fundamental, em nossas vidas pessoais, financeiras e como cidadãos, fazermos nossa parte, checando fontes, buscando informação em lugares seguros, apoiando iniciativas de combate a notícias falsas e ajudando a impedir que elas se espalhem.”

Não é de hoje que especulações fazem as criptomoedas mudarem de valor. 

Um dos ícones das declarações que não necessariamente se confirmam e que causam reações no mercado cripto é Elon Musk.

O nome de Elon Musk tem sido usado para atrair a atenção de pessoas inexperientes por que, além de ser um dos homens mais ricos do mundo e ser CEO de grandes empresas, já declarou que investe em criptomoedas.

Além de ser entusiasta da Dogecoin, baseada em um meme, que já cresceu com o apoio de Musk, o empresário também gosta de falar a favor e contra o bitcoin.

Quando fala a favor, o BTC sobe de preço. Mas quando fala contra, a maior criptomoeda em valor de mercado, registra quedas.

E não foi diferente, recentemente, quando Elon Musk publicou uma foto de um cachorro da raça Shiba Inu, chamado Floki. 

Depois da publicação do Bilionário, a criptomoeda Floki Inu disparou mais de 1300%.

A imagem de Elon Musk está tão marcada e atrelada às notícias que mexem com os preços do mercado, que um E-mail malicioso foi criado e está sendo disparado para tentar enganar vítimas com suposto 'auxílio emergencial' em BTC oferecido por Elon Musk.

E sobre o caso do Walmart, apesar de ser uma notícia falsa, se o Walmart realmente aceitasse criptomoedas, faria sucesso.

A Morning Consult realizou um estudo nos EUA sobre o perfil dos clientes do Walmart, sobre se a rede de supermercados adotar criptomoedas de verdade.

Como publicou o Cointimes, o estudo percebeu que esses clientes possuem o dobro de chances de possuir bitcoin do que o consumidor médio. 

Enquanto 30% dos adultos que compram no Walmart algumas vezes por semana ou mais têm bitcoin, 16% de todos os consumidores americanos têm bitcoin.

Ainda de acordo com o levantamento, 9% dos que compram no Walmart uma vez por semana ou com menos frequência possuem alguma quantidade de BTC. 

Apenas 10% dos compradores que não usam o Walmart têm exposição à criptomoeda.

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