A crise cambial argentina está tomando proporções cada vez mais severas, obrigando os argentinos a buscar alternativas para lidar com a desproporção cambial de sua economia.

Uma das soluções encontradas tem sido a adoção do Bitcoin, usado como reserva e meio de remessa para o exterior.

A cotação que era de 1:1 para o dólar nos anos 1990, agora está em 75:1 e derretendo, criando um cenário confuso de inflação alta e desvalorização econômica.

O governo recentemente aplicou tributação dupla de 35% sobre as compras de dólares - que já eram taxadas em 30% - provocando assim um efeito manada, levando argentinos a abandonarem casas de câmbio e "cambistas" de dólar, muito típicos nas ruas de Buenos Aires, e correrem para as exchanges.

O dólar é vendido a AR$ 75 da cotação oficial. Por sua vez, o Bitcoin observou alta de 5% no domingo e já está valendo AR$ 821.161 (R$ 61.248,10).

Inflação e desvalorização monetária

Contudo, mesmo nesse cenário de colapso monetário a inflação argentina não está operando em níveis elevados e cedeu um pouco no último trimestre. Certamente sob o efeito da desaceleração da economia.

Imagem: TradingEconomics

A inflação acumulada nos últimos doze meses foi de 42,8%, o que evidencia um freio de alta no custo de vida que era de 53,8% em 2019.

O Fundo Monetário Internacional estima para a Argentina um recuo de 9,9% do PIB este ano, devido à contração da atividade pela pandemia de COVID-19. O isolamento social obrigatório foi estabelecido desde 20 de março para impedir a circulação do novo coronavírus e ainda está em vigor.

Além disso, as tarifas dos serviços públicos foram temporariamente congeladas e o controle cambial agora empurra os argentinos ainda mais em direção ao Bitcoin.

De acordo com dados coletados pela Coin.Dance a partir de dados da LocalBitcoins, percebe-se claramente um aumento considerável das operações em P2P por parte dos argentinos.

Imagem: Coin.Dance

No dia 5 de setembro, nada menos que 74.005,767 Bitcoins foram negociados no país.

De acordo com dados extraídos da Bitso, a maior exchange mexicana que iniciou operações recentemente na Argentina, os dados revelam crescimento consistente da demanda dos argentinos por Bitcoins.

Imagem: Bitso

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