A exchange de criptomoedas FTX, baseada em Hong Kong, fechou um acordo histórico de mais de R$ 1 bilhão para patrocinar a maior equipe de e-Sports dos Estados Unidos, como noticia o The New York Times.

A TSM, equipe de esportes eletrônicos baseada em Los Angeles, na Califórnia, vai receber US$ 210 milhões (R$ 1,06 bilhão) para integrar o nome da exchange na equipe pelos próximos 10 anos, tornando-se portanto TSM FTX.

O patrocínio já é comparado aos maiores contratos de naming rights dos Estados Unidos, geralmente comandados por gigantes financeiros como o Citibank, que tem um acordo anual de US$ 21 milhões com o New York Mets, da Major League Baseball, e o banco britânico Barclay's, que tem um acordo de US$ 20 milhões por ano com o Brooklin Nets, da NBA.

Como lembra o NY Times, tanto a indústria de criptomoedas quanto a dos games cresceram durante a pandemia global, impulsionadas pelo isolamento social nas cidades e a busca por investimentos alternativos. Mais de 57 milhões de pessoas na América do Norte assistiram a eventos de e-Sports em 2020, segundo uma pesquisa da empresa de análises Newzoo.

Já no mercado cripto, o Bitcoin liderou um longo mercado de alta de abril de 2020 ao mesmo mês de 2021, com a correção chegando ao mercado no mês passado, mas ainda garantindo ótima valorização no ano, passando de menos de US$ 10.000 há um ano para os atuais US$ 37.000.

Com a valorização do mercado de criptomoedas, as exchanges como a FTX se beneficiaram largamente da popularização dos criptoativos. O diretor-executivo da exchange, Sam Bankman-Fried, diz que a negociação começou através de mensagens diretas no Twitter entre ele e o fundador da TSM, Andy Dinh.

“Escolher uma grande indústria e, em seguida, reimaginá-la na era digital: isso é mais ou menos o que os e-sports significam para a indústria de esportes em geral, e é mais ou menos o que as criptomoedas significam para os investimentos e finanças”

A TSM, que chamava-se originalmente Team SoloMid, atua em mais de 10 ligas de games diferentes. A Forbes avaliou a equipe recentemente em US$ 410 milhões, a maior avaliação da indústria norte-americana de e-Sports. Dinh falou sobre o patrocínio e revelou que espera expandir o time para formar escritórios na China, Europa e América do Sul:

“Esse acordo nos dá uma base sólida para realmente desenvolver nossa marca globalmente. Queremos ser realmente uma equipe global de e-sports. Temos que investir expandir e termos equipes em vários lugares do mundo.”

A iniciativa não é a primeira da FTX nos Estados Unidos, país em que a exchange ainda não tem uma grande base de clientes e busca expansão neste ano. Além de criptoativos, a exchange também negocia ações tokenizadas, lastreadas por uma corretora parceira.

Para ampliar sua atuação nos EUA, a FTX anunciou um acordo com o Miami Heat, da NBA, para também ter direitos sobre o nome da arena da equipe de basquete pelos próximos 19 anos, pagando US$ 135 milhões.

O mercado dos Estados Unidos é considerado um desafio para a atuação de exchanges de criptomoedas, devido à regulação rígida e desconfiança de parte das autoridades por este mercado. O fundador da equipe de e-Sports também fala sobre a aceitação do criptomercado nos EUA:

“Existem algumas exchanges internacionais que trazem muitas dúvidas, mas também outras muito profissionais. A TSM pode ter um futuro maior e mais brilhante com esta parceria”

Finalmente, a FTX anunciou recentemente que também trabalha em uma nova rodada de investimentos que pode elevar sua avaliação de mercado para US$ 20 bilhões.

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