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Ex-presidente da IBM: Ainda não há uma solução para uma blockchain pública sob as leis de privacidade da UE

Sam Palmisano diz não estar informado da descoberta de uma solução para tornar as redes blockchain públicas compatíveis com as leis europeias de privacidade de dados.

Ex-presidente da IBM: Ainda não há uma solução para uma blockchain pública sob as leis de privacidade da UE
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Sam Palmisano - presidente aposentado da IBM e atual presidente do Centro para Empresas Globais sem fins lucrativos dos EUA - diz não saber de uma solução que tornasse as redes blockchain públicas compatíveis com as leis europeias de privacidades de dados.

Palmisano fez esses comentários durante uma entrevista conjunta para a Bloomberg Markets para David Kappos, sócio do escritório de advocacia americano Cravath, Swaine & Moore, que foi transmitido no canal Bloomberg Technology em 4 de março.

Palmisano e Kappos concentraram-se na interação entre a inovação blockchain e o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) - um marco legal da União Europeia para privacidade de dados pessoais, que entrou em vigor em maio de 2018.

Recentemente, Kappos foi coautor de um trabalho de pesquisa - em conjunto com o escritório de advocacia multinacional Slaughter and May e o Digital Supply Chain Institute - que descreve quatro princípios orientadores para o estabelecimento de blockchains compatíveis com a RGPD.

Princípios de alto perfil da RGPD como o direito ao esquecimento e outros requisitos de longo alcance que a legislação impõe às firmas da UE desencadearam o debate sobre se as redes blockchain - que são notavelmente imutáveis ​​e, portanto, não apagam dados - podem se alinhar ao novo quadro regulatório.

Palmisano, que passou 10 anos em seu antigo cargo como presidente da IBM, disse que certas blockchains privadas e autorizadas - com estruturas de governança adequadas em vigor - podem funcionar bem sob a RGPD e, em alguns casos, ajudar empresas em questões relacioandas à conformidade, mas que isso atualmente não é válido para redes públicas. Ele afirmou:

“Com o caso público, é mais complicado por causa da natureza da informação por aí e como ela está sendo compartilhada [...] eu sei da pesquisa que está acontecendo para abordar o mercado público, no entanto [...] não estou sabendo de nenhuma solução que tenha sido encontrada.”

Embora Palmisano tenha afirmado a importância de uma mudança política global no combate à proteção de dados, Kappos observou que a Europa está atualmente na vanguarda em termos de legislação para a privacidade digital e que os EUA “não têm nada a ver com a vigorosa iniciativa de RGPD da UE."

É grande o risco de multas pesadas ao desrespeitar a RGPD, enfatizou Kappos. O uso de uma estrutura de governança, observou ele, pode ajudar significativamente os usuários a garantir a conformidade:

“Uma rede de empresas pode [...] formar uma joint venture que descreva como eles administrarão os dados, o que eles colocarão e não colocarão na blockchain e como elas esquecerão as pessoas quando elas assim desejarem.”

Em novembro de 2018, uma pesquisa levada a cabo pela Universidade Queen Mary de Londres e pela Universidade de Cambridge apontou de forma semelhante para a compatibilidade prospectiva de blockchains privadas com a RGPD.