A Comissão Europeia anunciou que abriu procedimentos formais para investigar o X — anteriormente Twitter — sobre conteúdos relacionados aos ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel.
Em um aviso de 18 de dezembro, a comissão disse que planejava avaliar se o X violou a Lei de Serviços Digitais devido à sua resposta à desinformação e conteúdo ilegal na plataforma. De acordo com o órgão governamental, o X estava sob investigação pela eficácia de suas Notas da Comunidade — comentários adicionados a tweets específicos com o objetivo de fornecer contexto — bem como políticas "mitigando riscos para o discurso cívico e processos eleitorais".
“A abertura de procedimentos formais capacita a Comissão a tomar outras medidas de execução, como medidas provisórias e decisões de não conformidade,” disse o aviso. “A Comissão também tem poder para aceitar qualquer compromisso feito pelo X para remediar as questões sujeitas ao processo.”
Abrimos procedimentos formais para avaliar se o X pode ter violado a #DSA em áreas ligadas a:
— Comissão Europeia (@EU_Commission) 18 de dezembro de 2023
gestão de riscos
moderação de conteúdo
padrões enganosos
transparência de publicidade
acesso a dados para pesquisadores
Mais informações sobre os próximos passos: https://t.co/VHJjIsVftY pic.twitter.com/oygKah5GIq
Os procedimentos incluirão uma análise do sistema de marcação azul do X, que a comissão descreveu como um “design enganoso suspeito” na plataforma. De acordo com a Comissão Europeia, também houve “falhas suspeitas” nos esforços do X para aumentar a transparência dos dados publicamente disponíveis na plataforma.
O proprietário do X, Elon Musk, implementou políticas controversas na gigante das redes sociais após sua compra do Twitter em 2022, recebendo críticas de muitos usuários antigos e especialistas da indústria de tecnologia. O então CEO foi responsável por cortar a equipe de confiança e segurança do Twitter, reduzir o número de moderadores de conteúdo e substituir o sistema de verificação de marca azul da plataforma.
Após o ataque de 7 de outubro do Hamas a Israel, Musk usou sua conta pessoal para promover conteúdo antissemita ao responder a um tweet promovendo teorias da conspiração de extrema-direita. O grupo de vigilância Media Matters divulgou um relatório em novembro mostrando que anúncios no X para grandes empresas podiam ser exibidos ao lado de conteúdo pró-nazista sob certas condições de pesquisa.
Durante uma entrevista em 29 de novembro com Andrew Ross Sorkin, Musk disse aos anunciantes para “irem se f---” após muitos deixarem a plataforma, dizendo que o êxodo estava “matando a empresa”. O site de mídia social afirmou ser “a plataforma para a liberdade de expressão” após abrir um processo contra a Media Matters, alegando que o relatório do grupo não refletia o que o usuário típico do X vê.
Musk não comentou publicamente sobre a investigação da Comissão Europeia no momento da publicação. O ex-CEO do Twitter é conhecido no espaço cripto por impulsionar o Dogecoin (DOGE) e outros tokens, bem como suas compras de Bitcoin (BTC) enquanto liderava a Tesla e a SpaceX.
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