A Ethereum está entrando na fase final de testnet da sua atualização Fusaka, o último grande passo antes do lançamento na mainnet, previsto para 3 de dezembro. A atualização introduz um limite de gás por transação de cerca de 16,78 milhões de unidades, com o objetivo de aprimorar a eficiência dos blocos e preparar a rede para a execução paralela.
A mudança, já ativa nas testnets Holesky e Sepolia, foi projetada para impedir que transações individuais consumam todo o gás de um bloco. Antes, uma única transação podia usar o limite total de gás de um bloco — cerca de 45 milhões —, o que representava riscos potenciais de negação de serviço (DoS) e limitava a escalabilidade.
O limite de gás por transação restringe quanto poder de processamento uma transação pode usar, garantindo que nenhuma monopolize o bloco e permitindo que a rede distribua a atividade de forma mais equilibrada.
Ao impor esse limite, a Ethereum busca tornar a composição dos blocos mais eficiente e previsível, garantindo que várias transações menores possam caber dentro de um mesmo bloco.
A mudança faz parte da transição mais ampla do Ethereum em direção à execução paralela — um marco importante em seu roteiro oficial — que permitirá o processamento simultâneo de múltiplas transações.
A introdução dos limites de gás por transação ocorreu cerca de uma semana após o lançamento da atualização Fusaka na testnet Sepolia, que aumentou o limite de gás por bloco de cerca de 45 milhões para 60 milhões.
A próxima fase da atualização Fusaka está programada para ser implementada na testnet Hoodi em 28 de outubro, com o lançamento na mainnet previsto para dezembro de 2025.
Compreendendo a atualização Fusaka
A atualização Fusaka (EIP-7825) é uma parte significativa do roteiro do Ethereum e sucede a atualização Dencun em março de 2024 e a atualização Pectra em 6 de maio de 2025.
A Fusaka traz várias mudanças: eleva o limite padrão de gás por bloco do Ethereum para 60 milhões, estabelece um limite de 16,77 milhões por transação (EIP-7825) e introduz o PeerDAS — o principal destaque da atualização.
O PeerDAS, ou Peer Data Availability Sampling, permite que os nós da rede armazenem apenas pequenas partes aleatórias dos dados de “blobs” da camada 2, em vez de todo o conjunto de dados. Essa abordagem mantém a rede segura enquanto reduz a demanda de hardware e viabiliza uma escalabilidade mais barata e com maior capacidade para as redes de camada 2.
A próxima atualização após a Fusaka, chamada Glamsterdam, focará na camada de execução do Ethereum e introduzirá a EIP-7928 — o primeiro grande passo rumo ao processamento paralelo de transações.
Gabriel Trintinalia, engenheiro de protocolo da equipe Besu da Consensys, disse à Cointelegraph: “Essas atualizações nas testnets são cruciais para gerar confiança antes do fork na mainnet, permitindo que equipes de clientes, validadores e o ecossistema validem o desempenho, detectem exceções e ajustem parâmetros antes da ativação.”
