A American Bitcoin, uma empresa de mineração de Bitcoin apoiada pelos dois filhos mais velhos do ex-presidente Donald Trump, Eric Trump e Donald Trump Jr., acumulou discretamente uma reserva de 215 BTC desde sua estreia em 1º de abril.
A empresa, formalmente conhecida como ABTC, está se posicionando não apenas como mais uma operação de mineração, mas como uma acumuladora de Bitcoin (BTC) no longo prazo, conforme revelou em um documento protocolado em 6 de junho na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
A reserva, atualmente avaliada em mais de US$ 23 milhões, não havia sido divulgada anteriormente. “A ABTC considera sua reserva um ativo estratégico central, gerido de forma adaptativa para fortalecer o balanço patrimonial e aumentar o valor para os acionistas no longo prazo”, afirmou a empresa.
A empresa acrescentou que sua estratégia de acumulação é indefinida, ou seja, não há uma meta fixa de BTC. Em vez disso, a ABTC avalia continuamente as condições de mercado para captar recursos em momentos favoráveis e expandir suas reservas.
“A acumulação de Bitcoin não é um efeito colateral dos negócios da ABTC. É o próprio negócio. A estratégia de camada 2 da ABTC foi projetada para transformar sua produção de Bitcoin em propriedade de longo prazo”, destacou o documento.
Mineração sem possuir infraestrutura física
No mesmo documento, a ABTC explicou que investe diretamente na mineração, mas não na infraestrutura física. A empresa possui mais de 60.000 mineradoras, principalmente das marcas Bitmain e MicroBT, distribuídas em três instalações gerenciadas pela Hut 8 em Nova York, Alberta e Texas.
Essas mineradoras operam com uma taxa combinada de hashrate de 10,17 exahashes por segundo e eficiência média de 21,2 joules por terahash. A parceria com a Hut 8 permite que a ABTC mantenha custos operacionais baixos, enquanto escala sua produção e preserva a flexibilidade de capital.
As mineradoras da ABTC contribuem com poder computacional para pools já estabelecidos como Foundry e Luxor. As recompensas diárias são distribuídas com base na contribuição de hashrate, com taxas de pool inferiores a 1%.
No cerne de suas operações, a ABTC segue uma estratégia de três camadas: construir uma operação de mineração eficiente em custos, alavancar capital para aumentar sua reserva de BTC e participar ativamente do ecossistema mais amplo do Bitcoin.
A ABTC armazena seus Bitcoins na Coinbase Custody, em cold wallets, com autenticação multifator e protocolos de saque com endereços pré-autorizados para reforçar a segurança, informou a empresa.
American Bitcoin abrirá capital por meio de fusão com a Gryphon
Em 12 de maio, a American Bitcoin anunciou planos de abrir capital por meio de uma fusão com a Gryphon Digital Mining. O acordo será estruturado como uma transação de troca de ações, com a nova entidade operando sob a marca American Bitcoin.
Eric Trump fará parte do conselho da empresa após a fusão. Além disso, a American Bitcoin é majoritariamente controlada pela Hut 8, que manterá uma função de gestão após a união.
Pelo acordo, os acionistas atuais da American Bitcoin deterão aproximadamente 98% da nova empresa. A Hut 8 continuará gerenciando a infraestrutura e as operações de mineração, com expectativa de gerar receita estável por meio de contratos comerciais de longo prazo.