No último domingo (21), o cliente do Ethereum Nethermind apresentou um bug que deixou todos os usuários fora do ar. Na prática, cerca de 8% dos nós do Ethereum ficaram inoperantes. Não tardou para que a comunidade de criptomoedas projetasse o que aconteceria se o mesmo acontecesse com o Geth, cliente do Ethereum utilizado por mais de 80% dos nós à época do incidente.

Além disso, a comunidade questionou a razão por trás da predominância no uso de Geth por grandes empresas, como a Coinbase. Afonso Dalvi, gestor de produtos na startup focada em soluções para a Web3 Lumx, explica que a popularidade do Geth se dá em razão da sua facilidade na instalação e configuração.

Dalvi também reforça que a predominância do Geth na rede Ethereum pode ser motivo de preocupação, alertando que uma dependência excessiva de um único cliente pode resultar em problemas de segurança e estabilidade. 

“Se um erro for descoberto no Geth, isso poderia impactar uma grande parte da rede Ethereum. Portanto, a diversidade de clientes é crucial para a robustez e resiliência da rede [...] E a diversidade de clientes já se mostrou uma defesa eficaz contra ataques maliciosos”, explica o gestor de produtos da Lumx.

Desde o incidente ocorrido em 21 de janeiro, cerca de 5% dos nós do Ethereum que utilizavam Geth migraram para o uso do Nethermind. De qualquer forma, o Geth ainda é utilizado por 79% dos usuários, apontam dados do Client Diversity. 

O primeiro passo para mitigar a participação excessiva do Geth entre os nós do Ethereum é promover a educação sobre outros clientes, aponta Dalvi. Isso consiste não apenas na conscientização da importância em diversificar os clientes, mas também na produção de conteúdo que fale sobre o uso desses outros softwares.

Outra alternativa apontada por Dalvi é criação de clientes mais intuitivos e fáceis de usar. Este passo, porém, deve partir dos desenvolvedores do ecossistema Ethereum.