O preço do Dogecoin subiu na sexta-feira, mesmo com o lançamento de um fundo negociado em bolsa (ETF) nos Estados Unidos atrelado à memecoin sendo novamente adiado, segundo um analista da Bloomberg.

De acordo com dados do CoinMarketCap, o Dogecoin (DOGE) aumentou quase 4% nas últimas 24 horas, chegando a US$ 0,2603 no momento da redação. A alta ocorreu apesar de Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg, ter dito na quinta-feira que o lançamento de um ETF de DOGE nos EUA foi adiado novamente.

Gráfico de preço do Dogecoin. Fonte: CoinMarketCap

Segundo um registro da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) em 8 de setembro, o Rex-Osprey DOGE ETF (DOJE) deveria ser listado na sexta-feira, 12 de setembro, ao lado dos ETFs de Bonk (BONK), XRP (XRP), Bitcoin (BTC) e Trump Official (TRUMP). Ainda assim, Balchunas sugeriu que a listagem foi adiada para meados da próxima semana, provavelmente quinta-feira.

Fonte: Eric Balchaunas

No início deste mês, o ETF DOJE recebeu aprovação sob o Investment Company Act de 1940, uma estrutura normalmente usada para fundos mútuos e ETFs diversificados. Isso o diferencia dos ETFs de Bitcoin aprovados sob o Securities Act de 1933, que rege produtos lastreados em commodities e ativos em vez de veículos no estilo de fundos.

Balchunas disse ao Cointelegraph que soube do atraso diretamente da empresa responsável pelo ETF. Ele afirmou que a companhia não compartilhou o motivo do adiamento.

O analista acrescentou que espera que este ETF tenha um impacto “mínimo” no preço do Dogecoin. Ele explicou que, no caso do Bitcoin, havia investidores interessados que não podiam interagir diretamente com cripto. Já no caso do DOGE, ele acredita que os interessados provavelmente já possuem contas em exchanges de criptomoedas.

“Quanto mais você se afasta do BTC, menos ativos ele atrai.”

Ainda assim, Balchunas disse esperar que quatro a cinco ETFs de Dogecoin sejam lançados em outubro ou novembro. Ele destacou que “quanto mais [ETFs de DOGE] forem lançados, mais isso fará diferença”.

Balchunas acrescentou que este ETF é diferente da maioria dos ETFs de criptomoedas já lançados. Ele explicou que “não é realmente spot”, já que não mantém DOGE diretamente, mas depende de uma subsidiária com sede nas Ilhas Cayman e de derivativos, exigência do ato de 1940, que demanda diversificação e restringe a concentração em um único ativo.

ETF de Dogecoin gera especulação

Essa aprovação parece ser inédita. Balchunas afirmou no X que está “quase certo de que este é o primeiro ETF nos EUA a deter algo que não tem utilidade ou propósito”.

Embora o setor geralmente reaja de forma amplamente positiva à aprovação de novos ETFs de criptomoedas, esse caso foi um pouco diferente. Relatórios recentes destacaram que críticos argumentam que um fundo de memecoin institucionaliza a especulação, além de cobrar taxas que os investidores poderiam evitar comprando Dogecoin diretamente.

Doge atrai atenção institucional

O Dogecoin, a primeira memecoin do mundo, vem atraindo cada vez mais atenção institucional. Relatórios de sexta-feira indicam que a CleanCore Solutions, fabricante de sistemas de limpeza com ozônio aquoso, atingiu metade da meta de 1 bilhão de Dogecoins em sua reserva após comprar US$ 130 milhões em DOGE nesta semana.

O anúncio seguiu a declaração da CleanCore Solutions de que levantaria US$ 175 milhões por meio de uma colocação privada, usando os recursos para adquirir mais DOGE. A oferta foi concluída com sucesso dois dias após o anúncio, em 5 de setembro.

Também neste mês, a empresa de mídia Thumzup, ligada à família Trump, anunciou planos para adquirir 3.500 máquinas de mineração de Dogecoin. O anúncio descreveu a memecoin como “uma das criptomoedas mais amplamente detidas”.