Um vaso sanitário criado por um sistema sul-coreano coleta fezes humanas, sem gastar água, transforma em energia e paga em criptomoedas.

Segundo o TechTudo, em matéria da iniciativa #UmSóPlaneta, os responsáveis pela ideia são pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul.

O grupo desenvolveu o vaso sanitário que capta os resíduos para reaproveitamento e geração de biogás, em um sistema batizado de BeeVi, que ajuda a atenuar o impacto ambiental dos esgotos.

O projeto é liderado pelo engenheiro ambiental Jaeweon Cho e permite o pagamento a partir da mineração do Ggool, uma criptomoeda associada ao sanitário. 

De acordo com a reportagem, a BeeVi tem um sistema de descarga por meio de vácuo, sem água.

O material coletado é encaminhado para um sistema de filtros que separam líquidos e sólidos.

O sólido é encaminhado a um biorreator com bactérias anaeróbicas que digerem as fezes e liberam gás metano.

Esse gás pode ser usado na geração de energia elétrica, além de ser aproveitado para suprir a eletricidade do campus da universidade.

De acordo com os estudos, dos cientistas, uma pessoa gera 500 gramas de fezes por dia, que resultam em até 50 litros de metano.

Esse volume é suficiente para gerar 0,5 kWh de eletricidade, ou a mesma energia elétrica suficiente para mover um automóvel elétrico por 1,2 quilômetro.

Dentro do campus do instituto de Ulsan, quem usar o sanitário sustentável é remunerado em 10 Ggool por dia. 

A criptomoeda circula nas dependências da universidade e pode ser usada pelos estudantes para pagar por refeições, café, frutas e até livros.

E se engana quem pensa que a iniciativa pode gerar uma “corrida aos sanitários”, como explica o levantamento.

Para desencorajar algo parecido, a criptomoeda Ggool funciona com uma taxa de juros negativa de 7%. 

Ou seja, ela não valoriza ao longo do tempo, desencorajando o acúmulo e incentivando um uso consciente e exclusivo para intermediar a troca de produtos e serviços dentro do instituto.