O cofundador e ex-CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, repostou uma publicação que alega que a Coinbase foi a fonte “anônima” por trás da reportagem da Bloomberg que mirava no projeto cripto de Trump, o World Liberty Financial, e na Binance.
Em uma postagem feita no X neste domingo, o comentarista cripto Matt Wallace afirmou que executivos da Coinbase temiam que um possível indulto para Zhao e o retorno da Binance ao mercado dos EUA ameaçassem sua fatia de mercado, o que teria motivado esforços para minar concorrentes.
“A Binance é a exchange de criptomoedas nº 1 do mundo”, escreveu Wallace, alertando que um retorno da Binance com pleno status legal poderia prejudicar seriamente os negócios da Coinbase.
“O mais chocante é que a Coinbase atacaria o presidente Trump na tentativa de prejudicar a concorrência. Isso é antiamericano! Será que a Coinbase vai admitir e encarar as consequências dessa péssima decisão? Tudo virá à tona em breve!”, escreveu ele.
Zhao compartilhou a publicação sem confirmar nem negar as alegações. O Cointelegraph entrou em contato com a Binance e a Coinbase para comentar, mas não obteve resposta até o momento da publicação.
Binance é ligada à stablecoin USD1 de Trump
A reportagem da Bloomberg alegou que a Binance desenvolveu o contrato inteligente da USD1, uma stablecoin emitida pela World Liberty Financial e associada ao ex-presidente Donald Trump.
A matéria também afirmou que Zhao teria solicitado um indulto presidencial logo após a USD1 ser usada em um acordo de US$ 2 bilhões envolvendo o investimento de um fundo dos Emirados Árabes Unidos na Binance. O texto ainda aponta que mais de 90% dos tokens USD1 permanecem em carteiras da Binance, potencialmente gerando dezenas de milhões em receita anual com juros.
Neste domingo, Zhao classificou a matéria como uma “reportagem difamatória (patrocinada por um concorrente)”, cheia de “tantos erros factuais” que ele “nem sabe por onde começar”. E acrescentou: “Talvez tenha que processá-los novamente por difamação.”
Zhao busca indulto presidencial
Zhao se declarou culpado de uma acusação criminal como parte de um acordo com as autoridades dos EUA em 2023. Embora já tenha cumprido quatro meses de prisão, ele afirmou em maio que está buscando um indulto presidencial de Trump. Caso seja concedido, o indulto poderia permitir que Zhao voltasse a exercer um cargo gerencial ou operacional em uma empresa cripto nos EUA.
Enquanto isso, Zhao tem se mantido ativo desde sua libertação. Em 4 de abril, ele anunciou que passaria a assessorar o Quirguistão em regulamentação relacionada à blockchain e criptomoedas, após assinar um memorando de entendimento com a agência de investimentos estrangeiros do país.
Já em 7 de abril, Zhao foi nomeado conselheiro do Conselho Cripto do Paquistão, um órgão regulador recém-criado encarregado de supervisionar a adoção da tecnologia blockchain e de ativos digitais no país.