Cuba Bitcoin organizou o encontro no bar e restaurante amigável ao Bitcoin, Pazillo. Cuba Bitcoin é um grupo animado de defensores e ativistas do Bitcoin cujas discussões no Telegram entre contas anônimas de mídia social que escondem as identidades das pessoas, ainda não haviam se concretizado no mundo real.
A incursão de Cuba no Bitcoin sinaliza uma partida do modelo econômico centralizado que moldou o progresso econômico de Cuba por décadas. Apesar do acesso limitado à internet, restrições financeiras e um governo de estilo socialista, o encontro sublinhou que os cubanos estão cada vez mais recorrendo às criptomoedas como um meio de liberdade financeira e uma "saída" da economia local.
O co-fundador do Cuba Bitcoin, Forte11 (não é seu nome verdadeiro) disse ao Cointelegraph:
"A missão do encontro é educar - não convencer os cubanos sobre o potencial do Bitcoin em Cuba. Cada pessoa tem a liberdade de expressão para decidir o que quer fazer. É educação, educação e educação em primeiro lugar."
Enquanto os encontros de Bitcoin no mundo ocidental podem ser dominados por homens brancos de meia-idade, o encontro exclusivo de Bitcoin em Cuba incluiu uma ampla gama de personagens. De pequenos empresários a desenvolvedores de software a estudantes adolescentes a avós, mais de 60 pessoas apareceram. Paco de la India, um vlogger e evangelista do Bitcoin, também esteve presente, fazendo uma palestra sobre adoção de Bitcoin em todo o mundo.
Embora Cuba seja tecnicamente uma economia planejada centralmente, o estado recentemente relaxou as leis sobre propriedade de negócios privados. Este setor é o mercado alvo para a adoção de comerciantes de Bitcoin, pois, juntamente com as recentes regulamentações de criptomoedas aprovadas em Cuba, agora é legal aceitar criptomoedas por bens e serviços.
Para demonstrar isso, o grupo vendeu camisetas do Cuba Bitcoin por 1.000 Satoshis (US$0.30) para que os participantes aprendessem sobre a rede Lightning de camada 2. As camisetas esgotaram.
No entanto, o principal assunto do dia gira em torno de como conseguir Bitcoin. Em um país onde a penetração da Internet móvel permanece relativamente baixa e os smartphones ainda não são onipresentes, baixar aplicativos ou carteiras de Bitcoin está fora de alcance para muitos cubanos.
Além disso, devido ao embargo comercial dos EUA, exchanges conhecidas, como Coinbase, Kraken e Gemini não são bem-vindas em Cuba. Como resultado, para comprar Bitcoin, os cubanos tendem a fazê-lo da maneira OG, por meio de troca peer-to-peer.
O co-fundador do Bitcoin Cuba, "C", fez uma palestra sobre como comprar bitcoin, peer-to-peer através de grupos de negociação no telegram. Por meio de um chat de bot de gorjetas habilitado para Lightning no Telegram, os cubanos podem comprar bitcoin em troca de pesos cubanos, ou o MLC cubano, que é uma stablecoin de propriedade do governo "respaldada em dólar". Transferências móveis também podem fazer compras à medida que mais e mais cubanos acessam os serviços bancários administrados pelo governo. A maioria das negociações nos grupos do telegram varia entre US$ 0,20 a US$ 50; o cubano médio possui apenas US$ 40 por mês.
Um entusiasta bem conhecido de criptomoedas cubanas, Erich Garcia Cruz também esteve presente no encontro. Ele disse ao Cointelegraph:
"Usando Bitcoin você pode ser uma pessoa livre. Temos muitas oportunidades aqui se ensinarmos a todos os negócios a usar o Bitcoin como método de pagamento; usar o Bitcoin como uma ferramenta de liberdade - pois esse é o caminho."
Agora, mais de 10 empresas na capital de Cuba, Havana, aceitam Bitcoin por bens e serviços. Incentivada pelo sucesso do primeiro encontro do Cuba Bitcoin, a comunidade pretende organizar encontros e eventos futuros regulares.
Esta entrevista faz parte de um documentário do Youtube sobre a adoção do Bitcoin em Cuba. Inscreva-se aqui.
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