A senadora Elizabeth Warren sugeriu que possíveis ataques às campanhas dela e da deputada Katie Porter em 2024 poderiam ser financiados por "dinheiro corporativo" ligado a adeptos da indústria de criptomoedas.

Em uma entrevista ao Pod Save America, publicada em 18 de fevereiro, o ex-redator de discursos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Jon Favreau, questionou a senadora Warren sobre o "entusiasta republicano das criptomoedas" John Deaton, que estaria pensando em desafiar a senadora de Massachusetts na eleição de 2024. A senadora Warren, uma cética declarada que frequentemente associa os ativos digitais a atividades ilícitas, sugeriu que os "corporativistas" poderiam tentar "gastar todos os fundos que fossem necessários" para apoiar os adversários dela e da deputada Porter.

"Sua pressão para regulamentar [as criptomoedas] aparentemente atraiu um possível desafiante para você em sua corrida ao Senado", disse Favreau. "Isso pode resultar em rios de dinheiro de Super PACs [Comitês de Ação Política] de criptomoedas, como o que está atacando Katie Porter aqui na disputa pelo Senado na Califórnia."

Favreau provavelmente estava se referindo ao Fairshake, um SuperPAC apoiado por empresas de criptomoedas, incluindo Ripple e Coinbase, que lançou um anúncio em fevereiro afirmando que a deputada Porter recebeu contribuições de campanha de "grandes empresas farmacêuticas, grandes petrolíferas e grandes executivos de bancos." Andrew Sheeler, do Sacramento Bee, classificou o anúncio como "majoritariamente falso" por qualificar as empresas que doaram para a campanha de Porter como instituições importantes do setor.

"Interesses corporativos direcionados estão gastando milhões para distorcer meu histórico", disse a deputada Porter em uma publicação divulgada no X em 14 de fevereiro.

De acordo com a senadora Warren, nem sua campanha nem a de Porter aceitaram "dinheiro do PACs corporativos" e contaram com pequenas doações na disputa por duas cadeiras no Senado dos EUA. Na entrevista, ela defendeu a iniciativa de aprovar a Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro com Ativos Digitais (DAAML), alegando que "não era verdade" que as criptomoedas eram muito complicadas de regulamentar.

"Existem todas essas lacunas no sistema quando se trata de criptomoedas, e a consequência disso é que as criptomoedas se tornaram um espaço privilegiado para os traficantes de drogas, os traficantes de pessoas, as nações desonestas, os terroristas", disse a senadora de Massachusetts. "Há algumas pessoas que trabalham com criptomoedas que têm muito dinheiro para gastar e, por isso, contratam esse exército de lobistas para agir [contra a DAAML]."

A eleição nos EUA ocorrerá em 5 de novembro, e o controle da Câmara dos Deputados, do Senado e da Presidência potencialmente pode cair na mão de republicanos ou democratas. O Cointelegraph entrou em contato com a Fairshake para comentar o assunto, mas não recebeu resposta até o momento da publicação deste artigo.

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