O CSO da empresa Blockstream, Samson Mow participou recentemente de um programa da BloxTV e disse que para ser chamado de criptomoeda, um projeto precisa utilizar o sistema de consenso Proof of Work (PoW).

No sistema Proof of Work, as transações são validadas por membros da rede que cedem seu poder computacional para solucionar um problema criptográfico em troca de tokens que são gerados pelo software. No PoW, muita energia é consumida para manter o livro de registro imutável (blockchain) das transações.

O Bitcoin utiliza esse sistema de consenso desde o seu surgimento e o Ethereum pretende migrar do sistema PoW para o sistema Proof of Stake (PoS).

Na entrevista, Mow disse que os projetos que rodam o sistema Proof of Stake não deveriam ser chamados de criptomoedas. Segundo ele, esses projetos possuem muitos problemas técnicos e são muito difíceis de entender.

No sistema Proof of Stake, as transações são validadas por membros da rede que alocam seus tokens on line e utilizam seu poder de voto para autorizar novas transações. 

A maior crítica ao PoS é que ele estimula a concentração de tokens e nas mãos de apenas alguns membros da rede. Alguns especialistas também acreditam que o poder de validação das transações fica concentrado em quem possui mais tokens.

O CSO complementou:

“Há coisas como retificação da alocação, reter seu voto para manipular o fluxo de geração de tokens [...] as pessoas que mantêm grandes quantidades de tokens acumulam cada vez mais tokens com o tempo [...] há toda essa questão de segurança como um todo...”

Para ele, a blockchain de prova de participação tem muitos problemas que precisam ser resolvidos, no entanto, ele admite que é uma ideia interessante.

“Eu acho que o que é uma criptomoeda deve ser uma moeda de prova de trabalho, deve ser uma distribuição justa e deve ser razoavelmente descentralizada, para que nenhuma das partes possa ditar exatamente o que acontece com ela. E se isso está em definição, muitas moedas simplesmente caem disso. Eles são apenas porcaria."

Mow não comentou sobre o Ethereum em relação à sua migração para o PoS. Mesmo antes da nova versão ser implementada, a plataforma ainda é a preferida para a criação de DApps (aplicativos descentralizados). 

Como publicou o Cointelegraph, o número de usuários ativos de DApps na rede Ethereum cresceu 900% no último ano.