Faryar Shirzad, diretor de políticas da exchange de criptomoedas norte-americana Coinbase, rebateu várias das alegações feitas por um senador dos Estados Unidos sobre vínculos com a administração Trump.

Em uma publicação no X na quinta-feira, Shirzad respondeu às críticas do senador Chris Murphy, de Connecticut, que afirmou nas redes sociais que a Coinbase era uma das engrenagens da “fábrica de corrupção” do presidente dos EUA, Donald Trump, por meio de suas contribuições ao comitê de ação política (PAC) Fairshake e do financiamento da posse de 2025.

O senador fez uma correlação direta entre o financiamento e o fato de a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) ter encerrado uma ação de fiscalização contra a Coinbase, que havia sido aberta durante a administração anterior.

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Publicação de quarta-feira no X. Fonte: Senator Chris Murphy

Em resposta à alegação de Murphy de que Trump havia exigido uma “grande doação da Coinbase para o [seu] salão de festas”, Shirzad disse que a exchange estava “orgulhosa por ter apoiado a construção de um novo salão de festas por meio do Trust for the National Mall”, acrescentando que muitas empresas contribuíram para o fundo.

Shirzad também contestou as acusações de corrupção, afirmando que o Fairshake era um PAC “não partidário” e que muitas doações públicas haviam apoiado posses anteriores.

Trump anunciou inicialmente, em julho, o plano de construir um salão de festas de 8.400 metros quadrados nos jardins da Casa Branca, dizendo depois que o projeto custaria cerca de US$ 200 milhões e não afetaria a Ala Leste, a seção histórica do edifício que abriga o gabinete da primeira-dama.

No entanto, fotos tiradas na semana passada revelaram que a Ala Leste havia sido completamente demolida como parte da construção do salão, agora estimado em US$ 350 milhões, segundo Trump.

“Vale notar que não somos o empreiteiro principal, portanto, não somos o alvo certo se você está insatisfeito com o andamento do projeto”, disse Shirzad em resposta a Murphy.

Ambos os comentários nas redes sociais ocorreram algumas semanas depois de um representante da Coinbase participar de um jantar de arrecadação de fundos na Casa Branca para o projeto do salão de festas. Outros participantes incluíram os cofundadores da Gemini, Cameron e Tyler Winklevoss, e um representante da Ripple Labs.

A Coinbase se recusou a comentar as perguntas do Cointelegraph sobre o valor que a exchange havia contribuído para o Trust for the National Mall ou sobre a demolição da Ala Leste.

Maior presença da Coinbase em Washington sob o governo Trump?

O episódio do salão de festas não foi a primeira vez que o envolvimento financeiro da Coinbase em projetos apoiados pela administração Trump colocou a empresa em destaque.

Em junho, a exchange apareceu com destaque na lista de patrocinadores de uma celebração do 250º aniversário do Exército dos EUA, realizada com um desfile militar no aniversário de Trump. A participação da Coinbase ocorreu por meio de uma contribuição pontual para a America250, uma “iniciativa não partidária” responsável por uma série de eventos para o semiquincentenário dos Estados Unidos.

O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, visitou recentemente legisladores em meio à paralisação do governo dos EUA, que entrou no seu 31º dia na sexta-feira, para discutir um projeto de lei sobre a estrutura do mercado cripto. A liderança republicana planejava que o projeto, intitulado Lei de Inovação Financeira Responsável no Senado dos EUA, fosse aprovado em comissão até o fim de outubro.

No entanto, com a paralisação em curso e sem perspectiva de término, ainda não está claro se um projeto de lei sobre criptomoedas será prioridade no Congresso.