O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, deu a entender que a Base, nova rede blockchain de camada 2 da exchange de criptomoedas, pode estar sujeita a monitoramento de transações e medidas anti-lavagem de dinheiro desde o seu lançamento oficial.

Em uma entrevista concedida em 6 de março a Joe Weisenthal na Bloomberg Radio, Armstrong reconheceu que a Base tem alguns componentes centralizados hoje, acrescentando que ela “será cada vez mais descentralizado ao longo do tempo.”

No entanto, ele sugeriu que haverá monitoramento de transações e requisitos anti-lavagem de dinheiro (AML) para os usuários da nova rede de camada 2 da Coinbase.

Ele sugeriu que a Coinbase terá responsabilidade em termos de monitoramento de transações após o lançamento, acrescentando:

“Eu acho que os atores centralizados são os que provavelmente terão a maior responsabilidade de evitar problemas de lavagem de dinheiro, desenvolvendo programas de monitoramento de transações e coisas assim.”

Os comentários de Armstrong também chamaram a atenção do defensor da descentralização Chris Blec, que se manifestou em um postagem no Twitter em 7 de março.

Odd Lots @TheStalwart perguntou diretamente ao CEO da @coinbase @brian_armstrong como a CB navegará pelos requisitos de KYC/AML no @BuildOnBase.

Armstrong dançou um sapateado em torno da resposta. Nos últimos 10 segundos, ele sugere que haverá algum tipo de requisito de KYC no lançamento.

Gostaria que Joe o tivesse pressionado para obter mais clareza sobre os planos da exchange nesse sentido.

— Chris Blec (@ChrisBlec) 

A Base é uma rede de camada 2 da Ethereum que oferece uma maneira segura, de baixo custo e amigável aos usuários para desenvolvedores criarem aplicativos descentralizados, de acordo com o comunicado divulgado pela Coinbase no anúncio do lançamento.

Ele está sendo desenvolvido com o “OP Stack” usado pela Optimism (OP), que permitirá transações de alta velocidade na rede da Ethereum. A Base foi anunciada em 23 de fevereiro e está atualmente em fase de testes. A Coinbase ainda não divulgou a data de lançamento da rede principal da Base, mas espera-se que ela esteja disponível para o público em geral no segundo trimestre de 2023.

1/ Temos o prazer de anunciar a @BuildOnBase.

A Base é uma Ethereum L2 que oferece uma maneira segura, de baixo custo e amigável aos usuários para qualquer pessoa, em qualquer lugar, criar aplicativos descentralizados.

Nosso objetivo com a Base é tornar o on-chain o próximo on-line e integrar mais de 1 bilhão de usuários na criptoeconomia.

— Coinbase (@coinbase)

Blec publicara um alerta anteriormente sobre a rede de camada 2 da Coinbase em uma postagem em seu blog pessoal no final de fevereiro, cinco dias após a empresa anunciar a Base.

Ele disse que a infraestrutura da camada 2 era bastante centralizada porque eles usam “sequenciadores”, que são “nós que constroem e executam blocos L2 enquanto transmitem as ações dos usuários da L2 para L1.”

A Coinbase, que está registrada como uma transmissora de dinheiro licenciada sob as leis dos Estados Unidos, operará o único sequenciador da Base. Isso desencadeou dúvidas entre os membros da comunidade sobre a possível exigência de requisitos de identificação de clientes (KYC) para uso da Base. Em caso afirmativo a L2 da Coinbase seria a primeira rede a fazê-lo.

A Coinbase não confirmou ou negou que a Base irá implementar medidas de KYC e AML. Blec comentou:

“Não é irônico que ‘DeFi’ esteja se encaminhando para ser controlado pelas entidades que originalmente estava lutando contra?”

No entanto, a comunidade cripto e os defensores da Ethereum disseram que o Base representa um “voto de confiança massivo” para a rede líder de contratos inteligentes.

O Cointelegraph procurou a Coinbase para comentar a entrevista de Armstrong, mas não recebeu uma resposta até o momento da publicação deste artigo.

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