Exchange de criptomoedas Coinbase adicionou uma versão espelhada do token Ether (ETH) nativo da blockchain Ethereum ao seu índice de preços de criptomoedas, logo antes de uma atualização de rede em 10 de dezembro.
Chamado de "ETH2", o símbolo parecia ter rastreado os dados de mercado originais do Ether de forma síncrona. Por exemplo, o custo de aquisição do ETH2 acabou sendo igual ao do ETH. Enquanto isso, sua capitalização de mercado, volume, oferta circulante e mudanças de preço também eram idênticos.
A Coinbase já está promovendo a eth2 como uma nova moeda? pic.twitter.com/C67UxooLU0
- Nuno (@nvcoelho) 6 de dezembro de 2021
No entanto, ao contrário do original, o token ETH2 não tinha atividade de negociação, pontuação de popularidade ou tempo de espera típico, ressaltando que sua função - por enquanto - é meramente rastrear os dados de mercado do ETH pelo menos até meados de 2022.
Isso é provavelmente porque o ETH2 parece ter se posado como o token nativo da atualização em andamento da Ethereum, apelidado de Ethereum 2.0, que espera entrar totalmente em operação em junho de 2022. Mas a listagem do índice da Coinbase parece mais próxima de "Arrow Glacier", um fork que daria aos desenvolvedores mais tempo para se prepararem para a Ethereum 2.0.
Antes da Ethereum 2.0
A atualização Arrow Glacier visa atrasar a chamada "bomba de dificuldade", um incentivo codificado dentro da blockchain Ethereum desde seu lançamento em 2015, o que tornaria difícil para as pessoas minerarem Ether. Ao fazer isso, o BOMB, se acionado, tornaria a rede Ethereum lenta, enquanto ela permanecer à prova de trabalho.
Tim Beiko, um dos principais desenvolvedores trabalhando na atualização da Ethereum, observou que o Arrow Glacier pode ser a última atualização antes que a Ethereum 2.0 vá ao ar no próximo ano. Enquanto isso, a Coinbase parece ter tratado o fork Arrow Glacier para garantir que existisse um novo token chamado ETH2 após a atualização da Ethereum 2.0.
Em detalhes, Ethereum 2.0, também conhecida como "Serenity", permitiria mudanças significativas em seu design, incluindo uma transição em escala real de Proof-of-Work (PoW) - também usado pelo Bitcoin (BTC) - para Proof-of-Stake (PoS).
Na versão atual, os nós devem validar todas as transações para manter o livro-razão público da Ethereum. Mas a atualização da Ethereum 2.0 lançaria o "sharding", que dividiria a rede em vários segmentos (chamados de shards) e atribuiria nós aleatoriamente a cada shard.
Isso eliminaria a necessidade de cada nó escanear toda a cadeia, teoricamente melhorando a velocidade e os custos necessários para manter a rede. Enquanto isso, shards individuais compartilhariam os detalhes da transação com uma chamada Beacon Chain, que serve como a espinha dorsal da Ethereum 2.0.
ETH2 não é uma nova criptomoeda
A Beacon Chain, que entrou no ar em dezembro de 2020, validaria as transações em cada shard, ajudando assim toda a rede Ethereum 2.0 a chegar a um consenso. Também detectaria validadores desonestos e iniciaria penalidades ao remover uma parte do stake do validador de circulação.
No núcleo do projeto de PoS da Ethereum 2.0 estaria o ETH (ou ETH2), que serve principalmente como um token de stake para os validadores participarem do consenso da rede e, por sua vez, receberem recompensas em bloco por isso.
O contrato de depósito da Beacon Chain recebeu mais de 8,42 milhões de tokens ETH de 55.300 depositantes únicos (validadores) desde seu lançamento em dezembro de 2020.
Dito isso, ETH2 não é uma moeda nova e não mudaria o valor do ETH que uma pessoa detém. Em vez disso, como a listagem do índice da Coinbase sugere, o ETH2 pode acabar se tornando uma versão reformulada do Ether original, sem a necessidade de os proprietários trocarem uma versão por outra.
As visões e opiniões expressas aqui são exclusivamente do autor e não refletem necessariamente as visões do Cointelegraph.com. Cada movimento de investimento e negociação envolve risco, você deve conduzir sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.
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