A mídia estatal oficial da China endossou a inovação em blockchain de forma "ordenada", mas alertou o público para "manter se racional" com ela e evitar o hype em torno de "aircoins". 

Em 4 de outubro, Dovey Wan - sócia fundadora da empresa de investimentos Primitive Ventures, baseada em blockchain - “tuitou” duas capturas de tela mostrando uma tradução aproximada de uma nova reportagem do portal de notícias em inglês de propriedade do Partido Comunista Chinês (PCC), o China Daily.

China precisa de regulamentação “inclusiva e prudente”

O artigo do Diário do Povo começa com a declaração otimista de que, com a blockchain "o futuro está aqui" - ainda assim, rapidamente faz uma distinção acentuada entre inovação genuína no setor e o que considera especulação indesejável em moeda virtual:

“Inovação em blockchain não é equivalente a especulação em moeda virtual. O uso de blockchain para aumentar o número de aircoins [...] deve ser evitado.”

A reportagem prossegue, alertando que a blockchain permanece em seus estágios iniciais de desenvolvimento e ainda exige melhorias em termos de segurança, padronização e supervisão regulatória:

"O uso da blockchain para armazenar e espalhar informações ilegais, para permitir transações ilegais, lavagem de dinheiro e atividades semelhantes deve ser severamente punido."

Para concluir, a reportagem defende uma “regulamentação inclusiva e prudente” que permita experimentação, mas proíba transgressões.

Somente evitando uma corrida frenética é que a China pode promover o desenvolvimento do setor de blockchain com “concorrência organizada”, afirma.

Como observa o Diário do Povo, a China já possui uma base sólida para implementar o desenvolvimento de blockchain com a participação das principais empresas de internet do setor, bem como com mais de 20 províncias do país já introduzindo políticas para promover o setor.

Lançamento do sistema de identificação baseado em blockchain nas cidades inteligentes da China

Mais cedo, o Global Times havia informado que um novo sistema de identificação de cidades inteligentes, baseado em blockchain e desenvolvido de forma independente, foi lançado em conjunto por três institutos com sede na cidade de Shijiazhuang, na província de Hebei, no norte da China. O sistema foi disponibilizado para cidades em todo o país a partir de 3 de novembro.

Nesta semana, foram emitidas com sucesso mais de 10 milhões de faturas na blockchain na capital tecnológica da China, Shenzhen, de acordo com as autoridades fiscais da cidade.

Notavelmente, o presidente chinês Xi Jinping pediu recentemente ao país que acelere a adoção da blockchain, endossando a tecnologia como "um avanço importante".