O Bitcoin (BTC) teve um aumento de 41% no consumo de energia ano a ano (YoY), apesar das melhorias dramáticas na eficiência energética a partir de uma combinação de fontes mais diversificadas e sustentáveis, levantando preocupações de que o aumento possa fazer com que os reguladores reprimam a mineração de criptomoedas.
Os dados foram divulgados em um relatório do terceiro trimestre de 2022 do Conselho de Mineração do Bitcoin (BMC), que representa 51 das maiores empresas de mineração de BTC do mundo.
O relatório apontou que a mineração de Bitcoin consome 0,16% da produção global de energia, um pouco menos do que a energia consumida por jogos de computador, de acordo com o BMC – considerada “uma quantidade inconsequente de energia global”.
A mineração de Bitcoin também emitiu 0,10% de todas as emissões de carbono do mundo, uma quantia que o BMC considerou “insignificante”.
O aumento no consumo de energia do Bitcoin ocorre depois que a taxa de hash da rede aumentou 8,34% no terceiro trimestre de 2022 e 73% no comparativo ano a ano, apesar da produção de menos blocos e da queda nos preços.
In Q3 2022, #Bitcoin mining efficiency increased 23% YoY, and sustainable power mix was 59.4%, above 50% for the 6th quarter in a row. The network was 73% more secure YoY, only using 41% more energy, and is now 99% of all crypto hashing power.https://t.co/B0jlkWHYgg
— Michael Saylor⚡️ (@saylor) October 18, 2022
No terceiro trimestre de 2022, a eficiência da mineração de #Bitcoin aumentou 23% ano a ano e o mix de energia sustentável foi de 59,4%, acima de 50% pelo 6º trimestre consecutivo. A rede está 73% mais segura em relação ao ano anterior, usando apenas 41% a mais de energia e agora representa 99% de todo o poder de hash das criptomoedas.
— Michael Saylor (@saylor)
A empresa de análise de dados on-chain Glassnode acredita que o "aumento da taxa de hash se deve ao hardware de mineração mais eficiente que está online e/ou mineradores com balanços patrimoniais superiores respondendo por uma parcela maior do poder de hash da rede."
Embora o relatório também afirme que a eficiência da mineração de Bitcoin aumentou 23% no comparativo anual e 5.814% nos últimos oito anos, os novos aumentos no consumo geral de energia podem atrair a ira dos reguladores que examinam o problema.
A pressão dos ambientalistas sobre os mineradores de Bitcoin está aumentando, sob a afirmação de que o consumo de energia da criptomoeda é prejudicial ao meio ambiente. O Greenpeace está atualmente encampando a campanha “mude o código, não o clima” para incentivar a rede Bitcoin a migrar para um mecanismo de consenso baseado em Prova-de-Participação. No entanto, a conta oficial da campanha angariou apenas 1.100 seguidores até agora.
FACT: #Bitcoin mining is driving millions of tons of new global warming pollution in the US
— Greenpeace USA (@greenpeaceusa) October 17, 2022
MYTH: Burning "waste" methane can green bitcoin
REALITY: Burning waste gas does nothing to reduce fossil fuel consumption and is even keeping old gas wells open https://t.co/o4Er21GVoo
FATO: A mineração de #Bitcoin está gerando milhões de toneladas de nova poluição nos EUA contrbibuindo para o aquecimento global
MITO: A queima de metano "resídual" pode tornar o bitcoin verde
REALIDADE: A queima de gás residual não faz nada para reduzir o consumo de combustível fóssil e está até mantendo antigos poços de gás abertos
— Greenpeace EUA (@greenpeaceusa)
Em 18 de outubro, a União Europeia divulgou documentação delineando um plano de ação para implementar o Acordo Verde Europeu e o Plano REPowerEU – ambos planejam ficar de olho nas atividades de mineração de criptomoedas e de seus efeitos ambientais.
O European Blockchain Observatory and Forum (EUBOG) também sugeriu que a UE adote medidas de mitigação para diminuir os impactos adversos no clima causados pelo setor de ativos digitais.
Essa sugestão já foi implementada até certo ponto, com a UE pedindo que seus estados membros “implementem medidas direcionadas e proporcionais para reduzir o consumo de eletricidade dos mineradores de criptoativos” para minimizar o corte severo do fornecimento de energia imposto pela Rússia.
A pressão por uma regulamentação mais rígida ocorre apesar de a UE ter rejeitado em março uma proposta que teria imposto uma proibição total da mineração de criptomoedas no continente.
Quanto aos EUA, os movimentos regulatórios parecem estar um passo atrás em relação à UE.
Em setembro, o Escritório de Ciência da Casa Branca publicou um documento de 46 páginas que analisava as implicações climáticas e energéticas da mineração de criptoativos. No entanto, conclusões mistas foram alcançadas e nenhum plano significativo está em andamento ainda.
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