A iniciativa do setor Time2Build está pagando desenvolvedores para integrarem o kit de desenvolvimento de software (SDK) da Breez para a Lightning Network do Bitcoin em projetos de código aberto já existentes, com o objetivo de impulsionar uma adoção duradoura em vez de experimentações de curto prazo.

Segundo um comunicado divulgado na terça-feira ao Cointelegraph, a iniciativa não é um hackathon nem uma recompensa para desenvolvedores. Em vez disso, ela paga aos desenvolvedores por contribuírem com projetos de código aberto existentes e adicionarem recursos do Bitcoin (BTC) a eles.

Apenas o código aceito pelos mantenedores dos projetos é recompensado, garantindo que os recursos da Lightning Network realmente cheguem aos usuários. Um representante disse ao Cointelegraph que “os projetos de código aberto elegíveis devem ter uma licença FOSS [livre e de código aberto], uma comunidade ativa e uma base real de usuários”.

“O foco está na adoção duradoura, não em demonstrações ou soluções passageiras”, afirma o comunicado.

Os parceiros da Breez no Time2Build incluem a empresa da Lightning Network Lightspark, a gigante das stablecoins Tether e a empresa de educação sobre Bitcoin Plan ₿ Network. O prêmio é financiado pela Breez e suas parceiras, com DraperU e PlebLab oferecendo residências especiais como prêmios adicionais.

Um SDK de Lightning Network de código aberto

De acordo com a documentação oficial, a Breez API “fornece aos desenvolvedores uma solução completa para integrar a Lightning de autocustódia em seus aplicativos e serviços”. Em outras palavras, permite integrar a Lightning Network de forma mais simples, sem que os desenvolvedores precisem abrir mão do controle dos ativos para terceiros.

Um representante da Breez explicou que o SDK é gratuito e de código aberto para qualquer desenvolvedor utilizar. Ele também permite integração com o provedor de serviços da Lightning Network Spark, da parceira LightSpark.

A Lightning Network é uma solução de escalabilidade do Bitcoin que seus defensores afirmam restaurar o propósito original da criptomoeda como meio de pagamento. Ela permite transações instantâneas, quase gratuitas e sem confiança intermediária, realizadas off-chain e liquidadas on-chain posteriormente.

Análises recentes sugerem que ela é tecnicamente robusta o suficiente para permitir o envio de Bitcoin até Marte.

De acordo com dados da 1ML, a Lightning Network atualmente conta com cerca de 1.600 nós (um aumento de 1,7% nos últimos 30 dias) e 43.561 canais de pagamento. A rede tem capacidade para processar 3.869 BTC em transações, equivalentes a mais de US$ 480 milhões.

Mapa mundial de nós e canais da Lightning. Fonte: Mempool.Space

Lightning Network do Bitcoin ganha tração

Nos últimos tempos, a Lightning Network também vem mostrando impulso na adoção por empresas fora do setor cripto. No final de agosto, foi noticiado que o banco digital SoFi Technologies planeja se tornar o primeiro banco dos Estados Unidos a usar a rede Bitcoin e o Universal Money Address, permitindo que americanos, mexicanos e outros enviem dinheiro por meio da Lightning Network.

No fim de abril, a gigante global de supermercados Spar passou a aceitar pagamentos em Bitcoin via Lightning Network em uma cidade suíça. Ainda assim, espera-se mais adoção à medida que os recursos da rede se expandem para além das transações com Bitcoin.

No final de janeiro, a maior emissora de stablecoins do mundo, a Tether, foi apontada como responsável por trazer sua stablecoin USDt (USDT) para a Lightning Network. Em julho, Graham Krizek, fundador e CEO do provedor de pagamentos da Lightning Network Voltage, disse ao Cointelegraph que o aumento da adoção da rede de segunda camada pode fazer com que ela processe 5% do volume global de stablecoins já em 2028.