A tokenização do setor de energia vem se reinventando com o desenvolvemento mercado de carros elétricos (EV) como a sensação Tesla, habilitando estações de carregamento autônomas de EV.

Um processo denominado carga em bloco funciona usando um chip de computador na estação de carregamento, um aplicativo de smartphone para se comunicar com a interface e a tecnologia blockchain para gerenciar e registrar todos os dados de pagamento e cobrança.

Contudo, o mercado de energia é mais amplo que somente recargas de carros elétricos, em especial o fornecimento de energia para grids de fornecimento baseados em energias alternativas, tais como solar e eólicas.

O que se pretende com soluções baseadas em blockchain para o setor de energia tem o potencial de transformar a forma como as pessoas se envolvem com essas concessionárias, trazendo controle e transparência de volta aos usuários finais.

A introdução da tecnologia blockchain e pagamentos de criptomoedas para esse setor significa que as taxas podem ser ajustadas de acordo com os sinais de oferta e demanda no mercado, em vez de um executor de terceiros. No Brasil por exemplo, os serviços de fornecimento de energia estão nas mãos das concessionárias de energia, que servem como elo entre o consumidor e o sistema nacional de energia.

O que se espera é que um dia o consumidor possa comprar diretamente sua própria energia, ou mesmo produzi-la, sem ter que passar pelas mãos das concessionárias. Atualmente, é vedado ao consumidor participar dos leilões de energia, o que torna todo o sistema de fornecimento menos democrático, barato e eficiente para o consumidor.

Contudo, as soluções baseadas em blockchain vem disruptando o mercado e novos negócios vem surgindo. Apesar das vantagens de uma plataforma baseada em blockchain, ainda é difícil falar sobre a eficácia do seu trabalho em termos de comparação de custos e resultados financeiros, uma vez que nenhum dos projetos já foi totalmente implementado.

No entanto, ainda em teoria, os benefícios para fornecedores e os consumidores são bastante otimistas. Eliminação de intermediários e introdução de transações P2P levará inevitavelmente a uma redução dos preços da energia em condições de alta concorrência. É importante notar a simplicidade do problema e venda de moedas no mercado como ferramenta de investimento.

Os consumidores receberiam tokens, que poderiam ser trocados posteriormente por eletricidade e posteriormente negociá-los em uma exchange e vender seus tokens por preços de mercado.

Armazenamento de energia como valor e energia como serviço

A Tesla está inaugurando um mercado ainda nascente, com seu braço energético, a SolarCity. A empresa focada em prover soluções para produção de energia solar e armazenamento dessa energia está criando um mercado já chamado como Armazenamento de Energia como Valor e Energia como Serviço.

Ainda que a Tesla esteja lançando sistemas de armazenamentos e soluções focados uso doméstico, a empresa ainda não está inserindo soluções em blockchain para o setor.

A combinação de células solares e baterias baratas com a de uma rede elétrica baseada em blockchain poderia ajudar o setor a saltar para uma nova era de energia democratizada e sustentável.

Imagem: Startus Insight

Como visto no gráfico acima, o Brasil possui uma startup de energia, a Solarcoin. Há  ainda outras empresas focadas em soluções que mesclam blockchain e energia, tais como: Greeneum, Suncontract, Grid +, Impact PPA, Power Ledger, Energo Labs, Projeto Exergy, Enerchain e WePower.

Empresa brasileira

O modelo da SolarCoin é semelhante as recompensas para os mineiros de bitcoins para os cálculos realizados para minerar cada bloco de transações.

A SolarCoin criou uma criptomoeda com o mesmo nome para motivar os produtores de eletricidade solar, recompensando-os com tokens digitais baseados em blockchain à taxa de um SolarCoin (SLR) por Megawatt-Hora (MWh) de energia solar produzida.

SolarCoin pode ser gasto e negociável como uma criptomoeda, mas focada em incentivar a atividade ambiental do mundo real - energia solar produzida de forma verificável.

Comércio de energia P2P

Nas condições atuais do setor, as empresas de energia não remuneram os usuários pela fidelidade, pela economia de energia ou, no caso das renováveis, pela geração de energia.

O ponto fraco é que os fornecedores de energia são capazes de manipular os custos, já que o sistema e aos termos sob os quais estão operando não possuem clareza regulatória. Isso permite que os consumidores fiquem em desvantagem devido a fatores fora de seu controle, como sua localização geográfica, o tipo de combustível sendo gerado e a tecnologia disponível na região.

Para o mercado P2P de energia, podemos citar uma pequena startup, a Powerledger, uma empresa de energia blockchain com sede em Perth, na Austrália, que oferece uma alternativa para esse problema, permitindo que os consumidores negociem energia entre si, fornecendo uma plataforma para pequenas comunidades trocarem energia autogerada com facilidade. 

Eles já iniciaram vários testes bem-sucedidos em bairros em toda a Austrália Ocidental, onde os vizinhos começaram a comercializar energia solar em um ambiente semirregulado com sucesso.

A análise dos projetos existentes de blockchain de energia nos permitiu identificar os dois investimentos de maior sucesso - Grid + e WePower.

No entanto, ainda é difícil estimar a eficácia dos projetos revisados em termos de comparação de custos e resultados financeiros, uma vez que não são totalmente implementados no momento. No entanto, os potenciais benefícios para os fornecedores e os consumidores são inegáveis. É estabelecido que a liquidação de intermediários e introdução de P2P transações levarão inevitavelmente a uma redução dos preços em condições de alta competição.

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