A BlackRock reformulou um de seus principais fundos do mercado monetário para atender às novas regras dos Estados Unidos sobre stablecoins.

A gestora de ativos, que administra US$ 13,5 trilhões, afirmou que o fundo reformulado, chamado BlackRock Select Treasury Based Liquidity Fund (BSTBL), ajudará a gerenciar as reservas das empresas responsáveis por stablecoins atreladas ao dólar americano, oferecendo-lhes um local seguro para manter os fundos dos clientes, segundo a CNBC.

“Queremos ser, e acreditamos que somos, um dos principais gestores de reservas para as emissoras de stablecoins”, disse Jon Steel, chefe global de produto e plataforma da divisão de gestão de caixa da BlackRock, à CNBC.

A BlackRock destacou que a iniciativa está alinhada ao GENIUS Act, uma lei sancionada pelo presidente Donald Trump no início deste ano que criou o primeiro marco regulatório dos Estados Unidos para stablecoins. As novas regras definem como as emissoras devem manter e investir suas reservas, algo com o qual o novo fundo da BlackRock pretende estar em conformidade.

BlackRock reestrutura fundo para reservas de stablecoins

De acordo com um documento protocolado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) em agosto, a BlackRock renomeou e reestruturou seu fundo do mercado monetário BlackRock Liquid Federal Trust Fund, que anteriormente investia 100% de seus ativos em caixa, títulos e notas do Tesouro dos EUA.

As mudanças, aprovadas pelo conselho da empresa, entraram em vigor na terça-feira. O fundo agora investirá inteiramente em títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo e em acordos de recompra overnight, tornando-se um veículo ultrasseguro e altamente líquido, voltado a investidores institucionais, incluindo emissoras de stablecoins, segundo a BlackRock.

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Site da BlackRock exibe o novo fundo. Fonte: BlackRock

As modificações também incluem horário de negociação ampliado (até as 17h, horário do Leste dos EUA) e horários de avaliação mais tardios.

Em um prospecto resumido, a BlackRock detalhou as taxas e despesas operacionais do fundo, incluindo taxa de administração de 0,21%, taxa de atendimento ao acionista de 0,10% e despesas totais de 0,27% após isenções. O documento também menciona um acordo de isenção de taxas válido até 30 de junho de 2026.

Prospecto resumido do novo fundo. Fonte: BlackRock

O fundo reformulado representa a maior investida da BlackRock até agora no mercado de stablecoins, o que pode tornar a gestora um dos principais players na administração de reservas de tokens atrelados ao dólar.

Essa aposta ocorre no contexto de uma estratégia mais ampla da empresa para ativos digitais, que já inclui um ETF de Bitcoin (BTC), um produto de Ether (ETH) e o fundo de liquidez tokenizado BUIDL, lançado no início deste ano.

BlackRock busca atrair mais emissoras de stablecoins

A BlackRock já administra as reservas da Circle, emissora da stablecoin USDC (USDC), por meio de uma parceria de longa data que cresceu rapidamente à medida que a adoção de stablecoins se expandiu. O novo fundo BSTBL tem como objetivo levar esse modelo a outras emissoras, acompanhando o aumento da demanda por opções de reserva reguladas e com rendimento.

Analistas do Citi projetaram recentemente que a emissão de stablecoins pode crescer dos atuais US$ 280 bilhões para US$ 4 trilhões até 2030, destacando o enorme potencial de expansão desse mercado.