A BitMEX, grande plataforma de negociação de derivativos de cripto, diz que há uma grande imprecisão em uma recente reportagem de mídia que alegava que a exchange estava fechando as contas dos residentes de Quebec e dos Estados Unidos devido a uma repressão regulatória. A Cointelegraph Japão reportou a notícia em 16 de janeiro, após comentários de um representante da BitMEX.

Em comentários detalhados à CT Japão, a BitMEX afirmou que havia seis erros principais no relatório, que foram publicado em 15 de janeiro pelo jornal South China Morning Post, de Hong Kong.

A SCMP informou que a BitMEX estava se movendo para barrar negociantes da província canadense de Quebec depois que a autoridade reguladora financeira local, a Autorité des Marchés Financiers (AMF), enviou uma carta no início de 2018 citando sua falta de registro na província e declarando suas atividades ilegal lá.

A AMF supostamente disse ao SCMP que todas as contas de residentes do Quebec na BitMEX foram posteriormente fechadas.

O SCMP alegou ainda que a BitMEX estava intensificando as restrições às contas dos EUA à luz da escalada das ações de fiscalização do regulador de valores mobiliários do país. O relatório afirmava que, enquanto a Ásia responde pela maior parte dos volumes de negociação da BitMEX, os EUA ainda eram seu outro grande mercado, de acordo com fontes internas não identificadas.

Citando outras fontes não identificadas, o SCMP estimou que, até o recente fechamento das contas, os usuários dos EUA tinham cerca de um sétimo da base de usuários total da exchange. O relatório passou a inferir uma correlação entre esses fechamentos e quedas recentes nos volumes negociados da BitMEX no mês passado, que supostamente caíram em até 50%.

A BitMEX refutou essas alegações, dizendo à CT Japão que a plataforma “proibiu todos os traders norte-americanos desde 2015 e fecha contas proativamente desde que as orientações foram obtidas pelos reguladores dos EUA, em particular a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC)”. Ela acrescentou também:

“A BitMEX sempre manteve o direito de fechar [contas] se qualquer participante de negociação BitMEX deu falsas declarações sobre sua localização ou local de residência. Esta sempre foi uma parte normal do nosso processo.”

De acordo com a BitMEX, a única nova adição no final de 2018 foi o uso de banners de aviso e popups para informar novos usuários deste protocolo.

A exchange também refutou a correlação entre um suposto aumento nos encerramentos de contas e volumes de transações dos EUA, atribuindo esse declínio a vários fatores, incluindo a queda do mercado de criptomoeda, a diminuição da volatilidade dos preços e um declínio em toda a exchange nos volumes negociados.

A BitMEX não comentou especificamente as recentes ações alegadas da AMF e encerramentos posteriores de contas de Quebec, mas referiu a CT Japão para os termos de serviço da plataforma, que segundo ela sempre tiveram a seguinte redação, baseada nas listas do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA:

“Residentes dos Estados Unidos da América ou Quebec (Canadá) estão proibidos de ocupar cargos ou assinar contratos com a BitMEX. Moradores de Cuba, Crimeia e Sevastópol, Irã, Síria, Coreia do Norte e Sudão, ou qualquer outra jurisdição onde os serviços oferecidos pela BitMEX são restritos também são proibidos”.

A BitMEX enfatizou que sua sede legal é em Seychelles, não em Hong Kong, em comentário à CT Japão, já que a reportagem do SCMP descreveu em vários pontos sua empresa como sediada em Hong Kong, notando em outros lugares seu registro em Seychelles.

Recentemente, a BitMEX supostamente fez uma parceria com uma empresa listada na Bolsa de Valores de Hong Kong para adquirir uma participação majoritária de uma exchange cripto japonesa licenciada — mas ainda inativa.