Um tribunal canadense encerrou a tentativa da Bitfarms de usar uma estratégia de "pílula de veneno", destinada a obstruir uma tentativa de aquisição pela empresa rival de mineração Riot Platforms.
Em um comunicado de 24 de julho, a Riot informou que o Tribunal de Mercados de Capitais de Ontário emitiu uma ordem de cessação de negociação contra o plano de pílula de veneno da Bitfarms, encerrando a estratégia com efeito imediato.
A Bitfarms tem lutado contra uma oferta de aquisição de US$ 950 milhões da Riot Platforms desde 13 de junho, alegando que a oferta subestimava injustamente a empresa. A empresa adotou a estratégia de pílula de veneno, apelidada de "plano de direitos", em uma tentativa de frustrar a aquisição.
Uma estratégia de pílula de veneno é frequentemente utilizada por empresas que procuram impedir uma aquisição hostil. Sob a estratégia, os acionistas existentes compram ações adicionais a preços fortemente descontados, diluindo o valor das ações para o adquirente.
De acordo com o plano de direitos agora extinto da Bitfarms, se qualquer entidade adquirisse mais de 15% das ações em circulação da empresa antes de 10 de setembro, a Bitfarms emitiria novas ações para outros acionistas existentes, diluindo a participação dessa entidade.
"Esta decisão do Tribunal a favor do pedido da Riot é uma vitória para todos os acionistas da Bitfarms", disse o CEO da Riot Platforms, Jason Les, em um comunicado.
"A adoção da Pílula de Veneno fora do mercado é mais um exemplo da governança corporativa falha que afeta a Bitfarms e das tentativas contínuas dos diretores da Bitfarms de se manterem no poder", acrescentou Les.
A Riot afirmou que acredita que seus três indicados para diretor, John Delaney, Amy Freedman e Ralph Goehring, devem ser eleitos para o Conselho de Administração da Bitfarms na próxima reunião de acionistas, atualmente agendada para 29 de outubro.
Enquanto isso, Brian Howlett, diretor principal do conselho da Bitfarms, disse que o plano de direitos foi implementado para "preservar a integridade" dos processos de aquisição alternativos em face da tentativa da Riot de adquirir a empresa "de forma oportunista".
"À luz desta decisão, o Conselho da Bitfarms adotou o Novo Plano de Direitos para garantir que os interesses de todos os acionistas sejam protegidos", acrescentou Howlett.
A Bitfarms opera 12 instalações de mineração de Bitcoin em quatro países: Canadá, Estados Unidos, Paraguai e Argentina.
Em maio, a Bitfarms anunciou que seu ex-CEO, Geoffrey Morphy, deixaria o cargo após mover uma ação judicial contra a empresa de mineração.
Nicolas Bonta tem atuado como presidente interino e CEO até que a empresa decida sobre um substituto para Morphy.
Les pediu ao conselho que removesse Bonta, alegando que ele "é diretamente responsável pelas práticas de governança corporativa ruins [da Bitfarms]".
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