Pontos principais:
O Bitcoin ultrapassou US$ 105.700 após os EUA e a China concordarem em reduzir tarifas.
Um rompimento confirmado de uma “bandeira de alta” no gráfico semanal projeta alvo em US$ 150.000.
Índice de sentimento da Bitwise alerta para possível superaquecimento de curto prazo.
Os touros do Bitcoin (BTC) comemoraram um grande avanço nas negociações comerciais entre EUA e China, com a criptomoeda ultrapassando a marca de US$ 105.700 em 12 de maio pela primeira vez em quatro meses, confirmando ainda mais uma estrutura de continuação de alta com alvo de preço em US$ 150.000.
Trégua comercial entre EUA e China impulsiona o Bitcoin
O catalisador por trás do rompimento do Bitcoin parece ser o alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China.
No fim de semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-presidente chinês, He Lifeng, fecharam um acordo em Genebra para reduzir tarifas que haviam prejudicado o comércio bilateral por meses.
Pelo acordo, os EUA reduzirão tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China reduzirá suas tarifas sobre importações dos EUA de 125% para 10%.
O acordo desencadeou um rali amplo nos mercados, com os futuros do S&P 500 subindo 2,8% e o dólar americano avançando 0,7%. Em contraste, o ouro caiu 2,3%, sinalizando uma saída de ativos de proteção.
O Bitcoin, frequentemente visto como um ativo de risco de alta volatilidade, havia sofrido com a guerra comercial, com maior cautela por parte dos investidores limitando os fluxos para criptoativos. A trégua sinaliza agora melhores condições de liquidez e apetite por risco, historicamente favoráveis para ralis do BTC.
Rompimento da bandeira de alta aponta para US$ 150 mil
O rali atual do Bitcoin segue um rompimento clássico de um padrão de bandeira de alta no gráfico semanal — uma estrutura de continuação formada quando o preço consolida para baixo dentro de um canal paralelo após um forte movimento de alta.
No caso do BTC, a bandeira começou a se formar após o topo em quase US$ 110.000 em janeiro. A consolidação persistiu por meses até o início de maio, quando o preço rompeu a linha superior da bandeira com leve aumento no volume.
Esse rompimento confirma a continuação da tendência de alta, com o alvo projetado do padrão agora próximo de US$ 150.000 — medido ao somar a altura do mastro da bandeira ao ponto de rompimento.
Indicadores de momentum, incluindo o Índice de Força Relativa (RSI), também apoiam o movimento — com o RSI semanal retornando acima de 65, refletindo pressão compradora renovada sem ainda entrar em zona de sobrecompra (>70).
BTC pode recuar para US$ 100.000 antes
Alguns analistas pedem cautela, alertando que o sentimento do mercado em relação ao BTC pode estar excessivamente otimista.
André Dragosch, chefe de pesquisa europeia da Bitwise, observa que o Índice de Sentimento de Criptoativos da empresa atingiu o nível mais alto desde novembro de 2024 — patamar que anteriormente coincidiu com topos locais.
O gráfico mostra que picos anteriores de sentimento — como os de abril de 2022, outubro de 2023 e novembro de 2024 — foram seguidos por correções de curto prazo ou movimentos laterais.
Isso sugere que o otimismo crescente pode estar esticado, elevando o risco de uma correção no curto prazo, apesar da perspectiva de alta no longo prazo.
O preço do Bitcoin estava recuando após ultrapassar os US$ 107.000 em 12 de maio, com seu RSI diário indicando condições de sobrecompra.
O próximo suporte está em torno de US$ 100.000, alinhado com o nível de retração de Fibonacci de 0,786.
Uma queda decisiva abaixo desse nível pode levar o BTC a testar suportes em suas médias móveis exponenciais (EMA), com a EMA de 20 dias (onda roxa) situada em torno de US$ 97.385 como alvo inicial de baixa.
Este artigo não contém recomendações de investimento. Toda movimentação financeira envolve riscos, e os leitores devem conduzir sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.