A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta terça-feira, 24/12/204, em R$ 583.404,61. Os touros perderam espaço nas últimas 24h e os ursos conseguiram baixar o preço do BTC em mais 2%, retornando para US$ 93 mil.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que a segunda-feira trouxe um mercado bastante oscilante para o Bitcoin, em resposta ainda ao tom mais cauteloso do FED sobre o corte de juros. Soma-se a esse movimento ainda, o fato de o mercado ter uma pausa importante para o Natal durante a semana.
"Mesmo com o mercado cripto funcionando 24/7, a liquidez e o volume de negociação são impactados. E essa redução abre espaço para possíveis volatilidades, já que ofertas ou demandas muito grandes podem não encontrar compradores, ou vendedores o suficiente.
Esta pode, inclusive, ser a tônica das duas últimas semanas de dezembro. Em janeiro, aí sim, podemos começar a traçar um desenho diferente, com o início de um novo trimestre por parte dos investidores, além da própria mudança de governo nos Estados Unidos", disse.
Já Pedro Gutierrez, Diretor Regional Latam da CoinEx, destacou que o BTC está repetindo um padrão histórico de final de ano:
- 2020-2021: Durante esse período, o Bitcoin teve um aumento notável, subindo de aproximadamente US$ 24.000 em 23 de dezembro de 2020 para mais de US$ 32.000 em 7 de janeiro de 2021, impulsionado pelo crescente interesse institucional e pela adoção mais ampla do mercado.
- 2021-2022: O Bitcoin apresentou um desempenho misto. O preço começou em 23 de dezembro de 2021 em torno de US$ 48.500, oscilou entre US$ 47.000 e US$ 52.000 até 7 de janeiro de 2022, mas sem consolidar uma forte tendência de alta.
O mercado foi influenciado por preocupações macroeconômicas relacionadas às políticas monetárias mais restritivas do Federal Reserve, o que afetou negativamente o sentimento geral dos investidores em ativos de risco.
- 2022-2023: Nesse intervalo, o Bitcoin estava imerso em um mercado de baixa, o que limitou sua capacidade de recuperação. O preço começou em 23 de dezembro de 2022 em cerca de US$ 16.800 e apresentou pouca movimentação, atingindo uma máxima próxima de US$ 17.000 e encerrando em 7 de janeiro de 2023 em torno de US$ 16.900.
A baixa volatilidade refletiu um mercado cauteloso, principalmente devido à incerteza regulatória no setor cripto e ao colapso de algumas grandes empresas do setor durante 2022.
Segundo ele, olhando para estes padrões e, tendo em vista o movimento atual após uma nova máxima histórica em US$ 108 mil, estamos em um ponto crítico em sua estrutura de suporte.
"O gráfico mostra um rompimento abaixo do suporte chave em US$ 100.000, o que intensificou a pressão vendedora e sugere que os próximos níveis fortes de suporte estão próximos de US$ 90.000 e na região de US$ 84.978, apoiados pela nuvem Ichimoku como suporte dinâmico. O volume recente indica saída de posições, que pode continuar caso o preço não estabilize nos próximos dias", disse.
Gutierrez aponta ainda que com a posse de Donald Trump em 20 de janeiro, o mercado pode reagir de maneira mista. A expectativa de políticas econômicas pró-mercado e pró-tecnologia, juntamente com uma possível redução regulatória para criptomoedas, pode gerar um novo impulso de alta, especialmente se os investidores interpretarem sua chegada como um catalisador para a adoção institucional.
"No entanto, a incerteza macroeconômica, aliada a um cenário de correção técnica, pode manter o preço em consolidação entre US$ 90.000 e US$ 100.000 no curto prazo.
Se o Bitcoin encontrar um suporte sólido em US$ 90.000 e Trump anunciar medidas favoráveis para o setor, poderemos ver uma tentativa de recuperação em direção a US$ 100.000 ou mais.Por outro lado, se a pressão vendedora persistir, uma queda para US$ 85.000 não está descartada, onde é esperada uma forte reação de compra. A ação do preço nas próximas semanas dependerá amplamente do equilíbrio entre a narrativa política e os fatores técnicos", revelou.
Olhando para os gráficos, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, apontou os suportes de curto e médio prazo para o Bitcoin estão nas regiões de liquidez dos US$ 90.230 e US$ 87.500.
Já para o Ethereum, ela destaca que ao analisar o fluxo do ativo, é possível observar que ele entrou um alto volume financeiro após o preço atingir a mínima de US$ 3.101. Este movimento sugere uma possível lateralização de curto prazo.
"Para que o movimento de alta seja retomado, é preciso que o preço do ativo supere a resistência de curto prazo dos US$ 3.620. Os suportes de curto e médio prazo estão nas regiões de liquidez dos US$ 3.120 e US$ 2.825", disse.
Pauline Shangett, CMO da ChangeNOW, aponta que os traders devem ficar de olho nas taxas de financiamento (“Funding Rates”) que tiveram um reinício significativo após os picos observados no início de dezembro.
“De maneira geral, isso é algo saudável, pois significa que o excesso imediato foi eliminado do mercado”, explicou Shangett. Apesar disso, ela alerta que não devemos esperar uma recuperação instantânea. “Como ficou claro nas últimas 1-2 semanas, o mercado não está destinado a subir imediatamente.”
Segundo Shangett, o movimento das ordens de compra (“spot bid”) terá que, eventualmente, elevar os preços. “Quando isso acontecer, uma boa base deve ser formada onde quer que o fundo seja estabelecido. Depois disso, levará algum tempo até que o mercado se sobreaqueça novamente”, afirmou.
Outro ponto de atenção destacado por Shangett é a lacuna (“gap”) nos contratos futuros da CME (“CME gap”) em US$ 80.000.
“Desde 2018, estatisticamente, 90% das lacunas no intervalo de tempo de 1 dia maiores que US$ 1.000 foram eventualmente preenchidas. No entanto, as lacunas abaixo desse intervalo devem ser ignoradas”, explicou. Ainda assim, ela enfatiza que a previsão de tempo e método de preenchimento dessas lacunas permanece imprevisível.
Shangett delineou duas possibilidades para preencher essa lacuna com base na observação atual das ondas de correção:
Preenchê-la com uma onda profunda (4) de grau intermediário em laranja como um movimento de “wick”; ou
Preenchê-la em uma etapa posterior por meio de uma correção 1-2 após a finalização do impulso de alta deste ciclo de mercado.
A analista também destacou o comportamento dos investidores de curto prazo (“short-term holders”, STHs), que continuam vendendo moedas com altos lucros. Contudo, Shangett alerta: “Se a demanda secar, a realização ativa de lucros pode levar a uma correção local e à queda nos preços”.
Caso os preços caiam, é provável que as vendas por parte dos STHs diminuam. “Vender moedas com prejuízo em um mercado de alta nem sempre é a decisão certa. Isso permitiria que o mercado estabilizasse em níveis de suporte, atualmente em torno de US$ 90 mil”, concluiu Shangett.
Portanto, o preço do Bitcoin em 24 de dezembro de 2024 é de R$ 583.404,61. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 24 de dezembro de 2024, são: Virtual Protocols (VIRTUAL), Pudgy Penguins (PENGU) e Bitget Token (BGB) com altas de 19%, 17% e 15% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 24 de dezembro de 2024, são: Ethena (ENA), Monero (XMR) e Fantom (FTM) com quedas de -3%, 2,7% e -2,6% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão