A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta terça-feira, 15/10/204, em R$ 367.684,09. Após surpreenderem na segunda-feira, elevando o preço do BTC em mais de 6%, os touros agora buscam quebrar a resistência de US$ 67 mil, mas devem enfrentar dificuldades.

"O principal motivo de o BTC ter subido forte no início dessa semana é pelo Long & Short Ratio, que está bem abaixo de 1. Isso significa que a maioria drástica do mercado está com contratos futuros abertos de venda nesse momento, e isso acaba virando liquidez para o preço continuar subindo. Acredito que o dia de hoje seja o gatilho para buscarmos a máxima histórica ainda esse ano", destacou Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget.

Olhando o cenário macroeconômico, Beto Fernandes, analista da Foxbit, destacou que já no final de semana havia um movimento comprador, depois que a China deixou um pouco mais clara sua intenção de liberar novos pacotes de estímulos econômicos na região. Isso ajudou no desempenho da criptomoeda, junto com a queda da inflação ao produtor norte-americano na última sexta-feira.

"Fora isso, a demanda foi bastante intensa nos últimos períodos. Sim, o mercado viu realização de lucros e vendas por pânico. Porém, os ETFs de BTC, as baleias e até os pequenos investidores de varejo estavam prontos para comprar os mergulhos.  Só na sexta-feira passada, por exemplo, os fundos de BTC spot viram a entrada de mais de US$ 250 milhões. Em contrapartida, a subida de preços liquidou mais de US$ 200 milhões em contratos futuros alavancados.

Portanto, o mercado está, pelo menos neste recorte, mais sob controle dos bulls. Por isso, com a atual alta de mais de 4% no mês, o sentimento dos investidores também pode mudar, já que voltam aparecer as apostas para a repetição do famoso "uptober"", afirmou.

Julio Andreoni, especialista cripto do Bitybank, também aponta que o Bitcoin se recupera após dados econômicos dos EUA, como o CPI e o desemprego, que aumentaram a preocupação com novas elevações de juros pelo Federal Reserve, o que poderia afetar ativos de risco.

"Olhando para frente, esta semana será crucial para avaliar os dados de vendas no varejo e o setor imobiliário dos EUA, que podem influenciar o sentimento do mercado. Além disso, discursos de membros do Federal Reserve, como Christopher Waller e Mary Daly, podem trazer mais clareza sobre as próximas ações do banco central, o que deve impactar diretamente o mercado cripto", afirma.

Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, destaca que após atingir a faixa de preço de US$ 58.830, o preço do Bitcoin iniciou um forte rali de alta e valorizou +10%, atingindo, até o momento desta publicação, a máxima de US$ 65.188.

"Se houver continuidade da alta, o preço da principal criptomoeda do mercado poderá atingir a região de liquidez dos US$ 68.390 como alvo de médio prazo. Os suportes de curto e médio prazo estão nas áreas de valor dos US$ 62.600 e 60.400", disse.

Para o Ethereum ela destaca que o ETH atingiu a mínima de US$ 2.330 no dia 10 de outubro, e após atingir essa faixa de preço, o ativo encontrou demanda compradora, a qual absorveu a queda e fez com que o preço do ETH retomasse a alta.

Segundo ela, o preço do Ethereum está rompendo a resistência de curto prazo dos US$ 2.540, e ao validar a leitura pelo fluxo, podemos observar que entrou um alto volume financeiro no rompimento da resistência, o que sugere continuidade de alta no longo prazo.

"Os próximos alvos que servirão como resistência estão nas faixas de preços de US$ 2.670 e US$ 2.900. Os suportes estão nas regiões de liquidez dos US$ 2.460 e US$ 2.360", disse.

Ana também afirma que o destaque da semana vai para a Ethena, que entre os dias 10 e 14 de outubro teve uma valorização de +60%. A Ena deixou de ser negociada por US$ 0.255 e atingiu a máxima de US$ 0.411 entre os períodos.

"Apesar da alta expressiva, considerando a análise de fluxo, é possível observar que ainda há um vácuo de liquidez para que a alta continue no longo prazo, portanto, os próximos alvos que servirão como resistência estão nas faixas de preço de US$ 0.463 e US$ 0.512. No entanto, caso entre fluxo vendedor revertendo o movimento para uma possível correção, haverá suporte nas faixas de preços de US$ 0.356 e US$ 0.321", afirmou.

Segundo Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, essa semana começamos a receber alguns balanços de algumas empresas do SP500. Ele aponta que isso pode ser favorável para o mercado de renda variável.

"Vale ressaltar que a gente iniciou agora o mês de outubro, e a primeira semana foi muito boa, mas agora o BTC está se recuperando. No geral, no último trimestre do ano, especialmente nos meses de outubro e novembro, tendem a ser meses positivos para o mercado de renda variável", disse.

Paralelo a isso, tem as eleições americanas. Nas próximas semanas, segundo ele, esse tema deve ficar bastante forte, já que está é a primeira vez que o BTC ganha importância na eleição americana.

"Ademais, o CEO da Black Rock e outros grandes analistas e investidores do mercado adicionando BTC no seu portfólio de investimento, pois eles visualizam o ativo como uma possível reserva de valor. Então o mercado está bem favorável para o BTC para os próximos meses

E agora, pegando os ciclos anteriores, no geral, um ano após o halving e eleições o BTC tem uma alta parabólica. Então, para sair desse valor de US$ 65 mil para buscar os US$ 140 mil, que é 100%, não é nada fora do comum. Quem viu os ciclos anteriores, constatou que o BTC chegou a subir 300%, 400% ou até mais no ano após o halving", afirmou.

Pauline Shangett, CMO da ChangeNOW, destaca que a alta do BTC foi uma quebra nominal acima da máxima anterior e uma tentativa de consolidação acima da resistência do canal descendente.

"Um fator importante é o optimismo contínuo nos mercados accionistas dos EUA. Salvo quaisquer surtos repentinos de realização de lucros, o Bitcoin poderia consolidar o rompimento da tendência de baixa de vários meses.  O primeiro alvo potencial da nova alta parece ser a área de máximos históricos à medida que se aproxima de US$ 74 mil, com uma meta mais distante de US$ 80 mil até o final do ano", disse.

Portanto, o preço do Bitcoin em 15 de outubro de 2024 é de R$ 367.684,09. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0028 BTC e R$ 1 compram 0,0000028 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 15 de outubro de 2024, são: Neiro (NEIRO), Ethena (ENA) e Bitcoin Cash (BCH), com altas de 12%, 11,8% e 11,7% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 15 de outubro de 2024, são: Bittensor (TAO), dogwithat (WIF) e Helium (HNT) com quedas de -7,2%, -7% e -5% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão