A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta segunda-feira, 02/06/2025, em R$ 604.825,93. Após perder o suporte de US$ 105 mil os touros tentam uma recuperação, mas dados de curto prazo indicam que pode haver uma correção mais profunda testando o suporte chave de US$ 100 mil.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados asiáticos e o dólar começaram a semana em leve queda após o anúncio do presidente Trump de que dobrará as tarifas de importação de aço e alumínio para 50% a partir de 4 de junho, gerando incerteza nos mercados financeiros.
“Enquanto isso, o Bitcoin se recuperou modestamente após uma semana de leve volatilidade, mantendo-se estável na faixa entre US$ 105.700 e US$ 104.700, sustentado como ativo alternativo em meio à cautela dos investidores. Apesar das novas incertezas comerciais, a tendência do Bitcoin no curto prazo é de neutralidade, já que as ameaças comerciais têm perdido força para causar volatilidade nos mercados, tornando-se cada vez mais banais”, disse.
Bitcoin análise técnica
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, afirma que os ursos devem testar US$ 100 mil pois o Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário marca 53, apontando para baixo em direção ao seu nível neutro de 50, indicando um enfraquecimento do momentum de alta. A Convergência e Divergência das Médias Móveis (MACD) também apresentou um cruzamento de baixa na semana passada.
“Ele também mostra barras vermelhas ascendentes no histograma abaixo do seu nível neutro, indicando uma correção à frente. Se perdemos US$ 100 mil a próxima resistência está em US$ 95 mil”, disse.
Já o analista e trader Axel Adler Jr, aponta que um novo teste para US$ 110 mil exige maior volume comprador e que apenas um rompimento com sustentação acima de US$ 110 mil, com volumes elevados, pode abrir caminho para US$ 115 mil.
“Suporte local: US$ 103 mil: essa zona já segurou o movimento de baixa duas vezes. Manter esse patamar fortalece a tendência de alta e reduz o risco de uma queda mais acentuada. Suporte psicológico forte: US$ 100 mil: caso esse nível seja rompido, a pressão vendedora pode aumentar e levar o preço para US$ 95 mil a US$ 97 mil”, destaca.
Segundo ele, na última semana, o momentum de 30 dias caiu de 14% para 7,7%, sinalizando perda de força compradora. Essa queda acompanhou a correção de preço até a zona de US$ 103 mil. O indicador entrou em uma faixa quase neutra, oscilando abaixo da média histórica (~10%), sugerindo tendência de consolidação lateral sem novos gatilhos de alta.
“Um momentum abaixo de 10% aumenta a chance de lateralização: os compradores ainda não retornaram com a força vista semanas atrás. Já um momentum entre 0% e 5% sugere cenário indefinido: o preço deve se manter entre US$ 103 mil e US$ 105 mil até surgir novo catalisador. Desse modo, uma recuperação acima de 20%, com volume, sinaliza nova alta e possível teste de US$ 110 mil a US$ 112 mil”, afirmou.
Analisando o mercado de opções, Adler destaca que há uma concentração de calls (apostando na alta) entre os strikes de US$ 107 mil a US$ 130 mil, com destaque para US$ 130 mil e US$ 122 mil, indicando proteção contra altas.
Além disso, puts (apostando na baixa) dominam entre US$ 85 mil e US$ 110 mil, com picos em US$ 85 mil a US$ 90 mil. Acima de US$ 110 mil, o volume de Puts despenca, o que sugere menor preocupação com quedas acima desse patamar.
Comparação com a semana anterior
O nível de Max Pain subiu de US$ 102 mil para US$ 107 mil, mostrando que o mercado de opções está migrando sua expectativa para preços mais altos.
Volumes de Calls cresceram nos strikes US$ 125 mil–130 mil. Já os volumes médios entre US$ 112 mil e US$ 120 mil ficaram estáveis.
Volumes de Puts nos níveis baixos caíram, principalmente entre US$ 85 mil e US$ 90 mil.
“Dessa forma, se o suporte de US$ 107 mil se mantiver e o volume de Calls crescer, o preço pode testar novamente US$ 110 mil–112 mil. Um rompimento sólido levaria a US$ 120 mil. No entanto, se o preço perder US$ 107 mil com aumento de Puts, pode voltar para a faixa de US$ 102 mil–105 mil, onde está a proteção dos ursos”, afirma.
Análise de Dados On-Chain do Bitcoin
Principais métricas da rede
Carteiras ativas (7 dias): semana passada: 8.677.445 - esta semana: 7.875.774 - variação: −9,24%
Queda acentuada na atividade de endereços sinaliza consolidação; usuários esperam sinais mais claros para movimentar fundos.
Hashrate da rede: semana passada: 852 EH/s - Esta semana: 1.016 EH/s - Variação: +19,18%.
Alta expressiva indica retorno de poder computacional à rede, reforçando a segurança.
Reservas de BTC em exchanges: semana passada: 2.465.720 BTC - Esta semana: 2.432.990 BTC - Variação: −1,33%
Saídas continuam e reforçam cenário de acumulação de longo prazo.
Volume transferido (7 dias): semana passada: 4.925.755 BTC - Esta semana: 3.750.951 BTC - Variação: 🔴 −23,85%
Atividade on-chain caiu quase 24%, indicando espera por movimento de tendência. Menor atividade de varejo: Queda nas carteiras ativas e no volume de transferências indicam consolidação. Força da mineração: Hashrate forte reforça segurança mesmo com recuo no preço. Acúmulo de longo prazo: Saídas de exchanges continuam; investidores mantêm BTC fora do mercado.
Métricas On-Chain: Fluxo de BTC nas Exchanges
De acordo com Adle, o netflow médio (30 dias): permanece negativo em ~−3.600 BTC, mostrando saída contínua de moedas — sinal de acumulação. Dessa forma, embora menor que o pico de outubro de 2024 (~−5.600 BTC/dia), ainda indica forte movimento de retirada por holders.
Como resultado, ele destaca que os detentores de longo prazo continuam retirando BTC das exchanges, cobrindo a oferta e apoiando o preço.
Plano Tático - acumular com base em outflow forte. Mantenha posição e compre mais se Netflow ≤ −4.000 BTC e preço cair para US$ 100 mil–102 mil. Realizar parcialmente se fluxo mudar, assim se Netflow virar positivo por dois ou três dias consecutivos (+1.000 a +2.000 BTC) e o preço romper US$ 106,5 mil–107 mil, realize até 20% da posição”, afirmou.
Diante de todos os dados, Adler conclui que a tendência atual aponta para um acúmulo que segue forte com Netflow negativo (~−3.600 BTC) e preço em torno de US$ 104 mil.
Assim, a estratégia e manter posição comprada e acumular na faixa de US$ 100 mil–102 mil com outflow forte. Realizar parcialmente em caso de entrada de moedas nas exchanges. Níveis-chave para entrada e realização de lucros estão em US$ 100K–102K: zona de acumulação; US$ 106K–107K: zona de realização parcial”, finaliza.
Já Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, aponta que o Bitcoin começou junho com força, após registrar seu maior fechamento mensal da história acima de US$ 105 mil. Apesar disso, o curto prazo mostra sinais de exaustão de momentum, com o ativo recuando de máximas recentes próximas a US$ 112 mil. O nível de US$ 100 mil tem se consolidado como um suporte psicológico importante, concentrando alta liquidez e ordens de compra.
Do ponto de vista técnico, o padrão gráfico conhecido como 'cup and handle' (ou 'xícara com alça') segue válido no gráfico diário. Esse padrão é caracterizado por uma formação arredondada semelhante a uma xícara, seguida por uma leve correção — a 'alça' — que tende a anteceder um movimento de alta mais forte. A atual correção do BTC pode representar exatamente essa fase de consolidação antes de uma possível retomada do movimento ascendente.
Segundo ele, se o suporte em US$ 100 mil for mantido, o cenário técnico permanece construtivo. Já uma recuperação acima de US$ 105 mil, com aumento de volume, poderia abrir caminho para buscar resistências em US$ 106.400, US$ 108.000 e até um novo teste da máxima histórica em US$ 112 mil. No entanto, a perda do suporte imediato em US$ 103 mil pode acelerar a correção, com potenciais alvos em US$ 100 mil, US$ 97.600 e US$ 92 mil.
O sentimento do mercado é de cautela no curto prazo, mas o viés estrutural segue positivo enquanto o BTC se mantiver acima dos US$ 100 mil. A consolidação atual pode ser apenas um intervalo antes de novas máximas, especialmente com a menor pressão vinda do desbloqueio de tokens e a continuidade dos fluxos institucionais para o mercado”, afirma.
Portanto, o preço do Bitcoin em 30 de maio de 2025 é de R$ 605.475,10. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 30 de maio de 2025, são: Leo token (LEO), Fasttoken (FTN) e Kucoin (KCS) com altas de 2%, 0,3% e 0,1% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 30 de maio de 2025, são: Bonk (BONK), Arbitrum (ARB) e Optimism (OP), com quedas de -11,8%, -11,6% e -11,2% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão