A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta sexta-feira, 16/05/2025, em R$ 591.270,73. O preço do BTC está buscando uma recuperação registrando uma alta de 2% e voltando para US$ 103 mil, nível chave para um novo teste da resistência de US$ 105 mil.

Análise macroeconômica

André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados globais apresentam desempenho misto, com investidores adotando uma postura mais cautelosa diante das incertezas fiscais nos Estados Unidos, especialmente após a proposta orçamentária de Donald Trump, que intensificou as preocupações com o aumento da dívida do país.

"O dólar perdeu força frente ao iene japonês e ao franco suíço, enquanto os futuros do S&P 500 e do Nasdaq operam em leve baixa. No Bitcoin, observamos uma breve recuperação, no entanto, o impacto de curto prazo ainda tende a ser ligeiramente negativo, já que novas discussões sobre a elevação da dívida americana podem servir como gatilho para volatilidade no curto prazo", disse.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que a volatilidade do Bitcoin está cada vez mais estreita. Algo que tem sido bastante comum desde o começo de abril, pelo menos. Isso mostra que o mercado está tentando construir degraus mais sólidos, em vez de subir em disparada.

"São 97% das carteiras no lucros, o que torna mais do que natural esperar ou um freio do ímpeto de compra ou até mesmo um correção mais acentuada pela realização de lucros. Isso vai ficar mais claro quando a gente olhar o comportamento das baleias, que começaram a distribuir uma parcela de seus tokens no mercado", disse.

Segundo ele, isso é um bom equilíbrio entre as baleias vendendo e o varejo e até especuladores comprando. No número de contratos futuros em aberto, o valor aportado supera os US$ 67 bilhões.

"Assim, se tem uma pressão de vendas forte, há um grupo igualmente fortalecido segurando essa descida no curto prazo. Fora isso, os fundamentos macroeconômicos deixaram um gosto amargo.

Neste caso, o PPI norte-americano caiu de forma intensa em abril. Porém, seguiram o mesmo caminho as vendas no varejo e a produção industrial. Apesar de a gente ainda não poder cravar a fidelidade desses dados, por conta da paralisação do tarifaço de Trump, há um cenário cada vez mais direcionado para uma recessão econômica nos Estados Unidos", afirmou.

Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, afirma que em média, investidores ativos geram entre US$ 30 milhões e US$ 60 milhões por dia com especulação de curto prazo em Bitcoin.

"Isso demonstra que o BTC continua sendo uma ferramenta altamente eficaz para gerar lucros com um nível de risco moderado, então, acredito que mantemos uma perspectiva de alta, porém, uma realização de lucros seria normal nesse momento", afirmou.

Bitcoin análise técnica

Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, afirma que o Bitcoin opera em uma zona decisiva, com movimentos voláteis recentes refletindo tanto fatores macroeconômicos quanto aspectos técnicos. Apesar da pressão vendedora após tocar US$ 105,7 mil, os fundamentos permanecem sólidos.

Segundo ele, o alívio nas tensões comerciais entre EUA e China e a inflação americana abaixo do esperado aumentaram o apetite por ativos de risco, favorecendo o BTC. A capitalização de mercado total das criptomoedas atingiu US$ 3,49 trilhões — maior nível desde fevereiro — impulsionada pelo bom desempenho de altcoins como Raydium (+16%) e Ethena (+12%). 

"Tecnicamente, o Bitcoin encontra suporte entre US$ 100 mil e US$ 102 mil, com resistência em US$ 105.700. Um ponto de atenção é a média móvel de 9 períodos (MM9), atualmente em US$ 103.200 — um indicador que mostra o preço médio dos últimos dias.

Se o BTC conseguir superar essa média, pode ganhar força para retestar a zona de US$ 105.700 e buscar o próximo alvo em US$ 110 mil, onde há um gap de liquidez. Por outro lado, a perda do suporte em US$ 102 mil pode abrir espaço para uma correção até US$ 98 mil. O viés permanece neutro a levemente positivo no médio prazo, sustentado pela demanda institucional e por um ambiente macroeconômico mais favorável", afirma.

Além disso, ele aponta que o cenário macroeconômico contribui para o otimismo: a percepção de que os impactos das tarifas americanas foram limitados, somada a sinais de desaceleração da economia dos EUA, reforça apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano — um fator historicamente positivo para ativos de risco como o BTC.

"Do ponto de vista técnico, o RSI em 69,59 indica que o ativo se aproxima da zona de sobrecompra, sugerindo cautela para novas entradas longas no curto prazo. No entanto, o padrão atual de consolidação e a forte recuperação após as varreduras de liquidez na região de US$100.000-US$101.500 indicam que o caminho de menor resistência ainda pode ser para cima.

Para quem busca oportunidades, o ideal seria observar potenciais entradas na zona de US$101.000-US$102.000, caso o preço retorne com força. Já operações próximas a US$104.000 devem ser tratadas com cautela, devido à alta pressão de liquidação nessa região", destaca.

De acordo com Valentin Fournier, analista-chefe de pesquisas, esse movimento de hoje sugere que a altseason pode estar em pausa, enquanto o Bitcoin consolida sua força em patamares mais altos.

"O mercado está passando por uma recuperação liderada pelo Bitcoin, mas os altcoins parecem não acompanhar com a mesma intensidade. Isso indica que a força está concentrada na principal criptomoeda, enquanto o restante do mercado se mantém cauteloso", observa Fournier.

Os fluxos de entrada em ETFs continuam a diminuir. O Bitcoin registrou apenas US$ 115 milhões em entradas líquidas ontem, enquanto o Ethereum apresentou saídas de US$ 40 milhões – uma reversão significativa em relação ao aumento observado na semana anterior.

"Mesmo com a redução dos fluxos, o volume de negociação permanece elevado, o que mostra que o interesse dos investidores institucionais ainda está presente. No entanto, a convicção direcional parece enfraquecida", avalia Fournier.

Do ponto de vista técnico, a dinâmica de alta tem perdido força nas últimas oito sessões. O Stochastic RSI imprimiu um leve sinal de venda, indicando uma possível correção de curto prazo. Embora o mercado pareça sobrecomprado, não há sinais claros de reversão.

"A perda de impulso é perceptível, mas ainda não vemos um padrão forte de reversão. Dado que a atividade institucional geralmente diminui nos finais de semana, existe o risco de um movimento de baixa mais brando", pontua o analista.

Diante desse cenário, a estratégia adotada envolve reduzir a exposição a altcoins e aumentar a posição em Bitcoin, que continua sustentado por fluxos institucionais robustos.

"Estamos realizando parte dos ganhos em altcoins e reforçando nossa posição em Bitcoin. Se ocorrer uma correção de curto prazo, isso pode criar uma nova zona de acumulação antes de uma tentativa de alta. Assim, trabalhamos com Caixa: 30%; Bitcoin (BTC): 55% – Posição reforçada; resiliência contra altcoins; Ethereum (ETH): 10% – Próximo aos máximos locais; possível retração; Solana (SOL): 5% – Exposição reduzida após recentes ganhos" disse.

Já Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, afirma que o mercado de altcoins está testando uma resistência, o que pode indicar uma oportunidade de valorização caso essa barreira seja superada.

"O domínio do Bitcoin está dando sinais de fraqueza, o que abre espaço para uma recuperação nas altcoins. Estou preparado para essa possível valorização desde abril, mas ainda mantenho principalmente os ativos que comprei no ano passado", comenta Aragão.

Ele também acredita que o Bitcoin pode ter um terceiro trimestre explosivo, mas alerta para a necessidade de uma correção saudável antes de um movimento de alta mais consistente.

"Acredito que uma queda para a região dos US$ 95.000 seria o cenário ideal. Isso configuraria um padrão de continuidade iHS (inverted Head and Shoulders), que também pode atuar como um padrão de continuidade para novas altas", explica.

Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, destaca que o preço do Bitcoin iniciou um período de lateralização de topo que, no curto prazo, pode caracterizar uma distribuição a fim de realizar o movimento corretivo de toda alta acumulada dos últimos 30 dias.

"Portanto, caso o movimento acima se concretize, o preço da principal criptomoeda do mercado poderá corrigir até as regiões de liquidez de curto e médio prazo dos US$ 94.700 e US$ 86.850. No entanto, caso não ocorra correção, o preço do Bitcoin poderá buscar níveis ainda mais altos nas áreas de valor dos US$ 108.200 e US$ 112.800. Mas para que este movimento ocorra, é necessário que o preço do Bitcoin supere a resistência dos US$ 105.819 com muita força compradora" explica.

Portanto, o preço do Bitcoin em 16 de maio de 2025 é de R$ 591.270,73. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 16 de maio de 2025, são: Story (IP), EOS (EOS) e Hyperliquid (HYPE), com altas de 15%, 11% e 10% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 16 de maio de 2025, são: XRP (XRP), Aptos (APT) e Monero (XMR), com queda de -1,3%, -1,4% e -1,2% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão