A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta quinta-feira, 24/04/2025, em R$ 530.805,96. Os touros não conseguiram segurar o BTC acima de US$ 94 mil, mostrando que o nível pode ser uma importante resistência no curto prazo e, com isso, o preço do Bitcoin voltou para US$ 92 mil com uma queda de 1%.

"Outro ponto a se destacar é a performance de várias altcoins, com destaque para a SUI, crescendo mais de 20%, juntamente com todos os ativos do seu ecossistema, e para a AERO, que é a principal Exchange descentralizada na rede da Base, crescendo mais de 15%", aponta Caio Villa, CIO da Uniera.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que não houve grandes gatilhos macroeconômicos, o que favoreceu uma pausa para o desempenho do Bitcoin. Já foram quatro dias de altas consecutivas, somando mais de 11% de ganhos, um fluxo de capital forte para os ETFs mais uma vez. 

"E apesar de a realização de lucros não estar necessariamente acontecendo agora, o apetite foi reduzido. Com isso, o BTC se direciona para um zero a zero, esperando se os investidores vão comprar mais ou vender suas posições. Em determinado momento do dia, o mercado até chegou a especular um pouco sobre os dados prévios dos PMIs norte-americanos, que mostraram um salto da indústria, mas uma retração do setor de serviços. Esse "desalinhamento" mantém as preocupações dos investidores com a saúde econômica dos Estados Unidos", disse.

Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que nos níveis de US$ 94 mil e, possivelmente, US$ 96 mil, os touros devem encontrar muita resistencia, pois foi exatamente a ruptura deles que levou o mercado para o fundo do ano em US$ 73 mil.

"Então, entre US$ 94 mil até US$ 96 mil, é uma zona de muita realização e de muita defesa. E a gente continua acreditando agora que o BTC, para ele buscar os alvos do US$ 98 mil, US$ 100 mil, ele podia se manter, se sustentar acima dos US$ 92.500/ US$  93 mil. Se ele conseguir acumular dentro dessa zona de preço, possivelmente ele vai buscar nos próximos dias US$ 98 mil a US$ 100 mil", disse.

Análise Bitcoin

Mesmo com o entusiasmo crescente de investidores institucionais, o mercado de criptoativos começa a mostrar sinais de fadiga. Na terça-feira (23), os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin registraram entradas de US$ 917 milhões, aproximando-se da simbólica marca de US$ 1 bilhão em um único dia, segundo dados compilados pelo analista-chefe da BRN, Valentin Fournier.

“Estamos vendo uma demanda institucional muito sólida, que reforça nossa tese de alta estrutural para o setor”, afirmou Fournier. “Mas é evidente que os preços não estão acompanhando esse fluxo, o que nos leva a crer que o mercado entrou em uma fase de consolidação.”

Enquanto o Bitcoin recuou 1,3% e o Ethereum caiu 1,2%, outras criptos como Solana sofreram perdas mais expressivas, com queda de 2% no dia. No total, o valor de mercado dos ativos digitais caiu 1%, mesmo diante dos dados otimistas sobre o interesse institucional.

Fora do universo dos ativos mais consolidados, as memecoins políticas também chamaram atenção. O token TRUMP, inspirado na figura do ex-presidente dos EUA, saltou 30% após um anúncio inusitado: os 220 maiores detentores do ativo receberão convites para um jantar exclusivo promovido por apoiadores da campanha de Trump.

“Esse tipo de utilidade simbólica costuma atrair especuladores e sinaliza um apetite de risco elevado por parte dos investidores, o que muitas vezes precede movimentos voláteis ou correções pontuais”, alertou Fournier.

O principal ponto de atenção, segundo o analista, está na divergência entre a entrada maciça de capital via ETFs e o desempenho lateral dos preços. Fournier acredita que isso sugere uma pressão vendedora vinda do varejo e realização de lucros após uma forte alta.

“É provável que estejamos no início de uma correção saudável, antes que o mercado retome um ciclo de aceleração ainda mais intenso. O suporte em torno de US$ 93.500 se tornou uma barreira clara”, explicou.

Diante desse cenário, a equipe de análise liderada por Fournier mantém uma exposição reduzida ao mercado de criptoativos, com 60% alocados em caixa. A estratégia inclui posição sobreponderada em Bitcoin, neutralidade em Solana e posição subponderada em Ethereum, considerada esticada após os últimos ganhos.

“Seguimos otimistas no longo prazo, mas estamos aguardando pontos de entrada melhores diante da possível correção”, concluiu o analista.

Bitcoin pode continuar subindo

Segundo a especialista Sarah Uska, do Bitybank, apesar da queda o BTC está mantendo o suporte de US$ 90 mil, fundamental para romper e se manter acima da resistência de US$ 94 mil, caso o otimismo de curto prazo se mantenha.

“Há um movimento claro de valorização impulsionado pela melhora no apetite por risco e pelas sinalizações de abertura dos EUA para negociações com a China”, destacou Uska. “O Bitcoin se fortalece nesse cenário como uma reserva de valor em tempos geopolíticos menos tensos.”

Além da movimentação do BTC, o panorama político nos Estados Unidos também vem influenciando os mercados. O presidente Donald Trump defendeu cortes imediatos nos juros, enquanto Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, prefere aguardar os impactos das tarifas. A tensão entre os dois provocou uma queda no dólar e reacendeu o interesse por ativos não fiduciários, como Bitcoin e ouro, que atingiu seu pico histórico.

“A confiança nas instituições está sendo abalada, o que tradicionalmente leva os investidores a buscar alternativas fora do sistema financeiro tradicional”, explicou a analista.

Uma pesquisa recente da EY apontou que 83% dos investidores institucionais planejam aumentar sua exposição a criptoativos até 2026, durante a gestão Trump. A empresa de Michael Saylor, por exemplo, comprou 6.556 bitcoins por US$ 555 milhões, reforçando essa tendência.

“Esse movimento indica maturação do mercado cripto, que começa a ser integrado de forma mais estratégica às carteiras institucionais”, afirmou Uska. “Combinado a avanços regulatórios, o setor pode atingir um novo nível de legitimidade e estabilidade.”

Portanto, o preço do Bitcoin em 24 de abril de 2025 é de R$ 530.805,96. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0018 BTC e R$ 1 compram 0,0000018 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 24 de abril de 2025, são: Official Trump (TRUMP), Pol (POL) e Sui (SUI), com altas de 30%, 7% e 3% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 24 de abril de 2025, são: Immutable X (IMX), Bonk (BONK) e Pepe (PEPE) com quedas de -12%, -11 e -7% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão