A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin está cotada na manhã desta quarta-feira, 04/06/2025, em R$ 602.343,99. Touros e ursos estão em compasso de espera aguardando os desdobramentos das negociações comerciais entre EUA e China e, com isso, o preço do BTC praticamente não se moveu nas últimas 24h mantendo seu valor acima de US$ 105 mil.

Bitcoin análise macroeconômica

André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados globais avançaram moderadamente, com destaque para os mercados asiáticos, que foram impulsionados pela vitória do candidato liberal Lee Jae-myung nas eleições presidenciais da Coreia do Sul, aumentando as expectativas de estímulos econômicos e reformas no país.

O índice KOSPI subiu mais de 2%, alcançando o maior nível em 10 meses, enquanto o índice MSCI Ásia-Pacífico (excluindo Japão) avançou 0,6%. O dólar americano enfraqueceu, aproximando-se de mínimas de seis semanas, e o ouro voltou a subir em meio à busca por ativos de refúgio.

Já o Bitcoin manteve-se estável, refletindo a cautela dos investidores diante das incertezas fiscais e comerciais. A tendência do Bitcoin no curto prazo continua neutra, mesmo diante desses novos cenários”, disse

Beto Fernandes, analista da Foxbit, também destaca as tensões comerciais como um dos principais catalisadores do preço do BTC no momento. Segundo ele, de um lado, há otimismo dos investidores com um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China essa semana. Pelo outro, há apreensão em relação ao prazo final do adiamento das tarifas recíprocas de Trump a diversos países.

Como se isso já não fosse pressão o suficiente, muitos representantes do FED disseram não ter pressa para um corte de juros, além de estimar que a pressão do tarifaço pode começar a aparecer na inflação a partir do próximo mês. Com tudo isso, o investidor decidiu pela cautela, em vez do risco. Não à toa, o DXY sobe mais de 0,5% hoje.

Segundo ele, a grande questão para o BTC, agora, é tentar buscar demanda. Lembrando que foram sete semanas consecutivas de ganhos, que superaram os 42%. A realização de lucros, perto dessa subida, ainda é pequena.

Caso a pressão macroeconômica tire a demanda da criptomoeda, a correção pode seguir por mais tempo. Agora, se o sentimento for positivo para novas compras, a busca pelas máximas históricas tendem a voltar ao radar”, afirma.

Bitcoin análise técnica

Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, aponta que o BTC tem se sustentado bem na zona de suporte dos US$ 102.500 a US$ 103.000.

E graficamente falando, o S&P 500 está começando a voltar a subir, com possibilidade de testar máxima histórica. O cenário do mercado está se acalmando aos poucos – referente às tarifas do Donald Trump, tarifas americanas contra os outros países – e o BTC respeitando fortemente esse suporte dos US$ 103.000 dólares. Se o mercado não perder esses US$ 102.000 e US$ 100.000, temos grandes chances do BTC buscar lá os US$ 114.000”, disse.

Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, aponta que o BTC reverteu sua resistência descendente e formou uma mínima mais alta acima do suporte.

Um impulso constante dentro da cunha ascendente coloca a zona-alvo de US$ 110 mil bem ao alcance. A estrutura não mostra sinais de exaustão, mantendo os touros no controle.O momentum permanece intacto enquanto o BTC avança em direção à zona superior com intenção de alta”, afirmou.

Mychel Mendes, CFO da Tokeniza, destaca que o BTC deve manter seu movimento lateral e o grande destaque de junho deve ser o Ethereum. A moeda sofreu muito nos primeiros meses desse ano, diante de problemas com o governo e também da necessidade de atualizações, que inclusive ocorreram em maio e que foram bem recebidas pelo mercado.

O Ethereum saiu da região de US$ 1.700/US$ 1.800 e se estabeleceu nos US$ 2.500, mais de 50% de valorização nesse último mês. Como a moeda já esteve acima dos US$ 4.000, muito provavelmente veremos novamente nesse nível, se não agora no mês de junho, é bem provável que nos próximos meses”, disse.

Já Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, aponta que tanto fundamentalmente quanto graficamente o mercado segue numa onda de impulsão positiva e tende a ser o início do ciclo de alta, caso não haja nenhuma piora no humor global com relação à guerra de tarifas.

Embora a gente tenha um cenário de alta onde o Bitcoin sobe cerca de 4% após romper a máxima histórica, acredito que o bitcoin não será mais tão volátil assim. Há moedas como, por exemplo, a Cookie que subiu mais de 100% no mesmo período. Significa que olhar para as moedas de inteligência artificial e outras moedas onde se tem que estudar para entender é o que realmente vai trazer grandes valorizações. As moedas tradicionais não serão mais tão lucrativas assim, uma vez que a entrada dos institucionais torna o mercado mais estável. Destaque para o Ethereum, que está prestes a começar sua tendência de alta.”, afirma.

Nada mudou e cenário de alta permanece

Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, afirma que nada mudou e o cenário de alta permanece configurado para o BTC, embora uma correção até US$ 95 mil seja possível caso EUA e China não fechem um acordo.

“A estrutura de alta está mantida, no entanto, as tensões comerciais ainda podem derrubar o preço do BTC. O ideal neste momento é aproveitar as quedas para aumentar a participação no ativo. Qualquer queda de 3% a 5% (ou mais) é uma oportunidade de compra. Acredito fortemente que vamos chegar a US$ 150 mil até o final do ano e US$ 200 mil a US$ 250 mil no final do ciclo que será perto do terceiro ano da administração de Trump”, disse.
Edit the caption here or remove the text

Valentin Fournier, analista-chefe da BRN, afirma que no cenário macro, o mercado cripto mostra sinais de resiliência, puxado pelo retorno dos investidores institucionais. Após uma sequência de saídas, os ETFs de Bitcoin registraram entrada líquida de US$ 375 milhões, enquanto os de Ethereum tiveram mais US$ 110 milhões em aportes, reforçando o bom desempenho do ETH no segundo trimestre.

“Apesar da fraqueza técnica e da lentidão no momentum, vemos sinais positivos no mercado. A entrada de capital por meio dos ETFs e o aumento da atividade on-chain sustentam essa recuperação”, comenta Fournier.

Em termos de alocação de portfólio, o analista revela um posicionamento tático diante do cenário atual:

“Estamos com 15% em caixa, após recompras durante a recente fraqueza. Mantemos 65% em BTC como âncora da carteira, e aumentamos levemente a exposição em ETH e SOL. O Ethereum, com sua recuperação no segundo trimestre e os fluxos de ETF, justifica uma posição overweight de 12%. Já Solana, mesmo pressionado, continua em nosso portfólio com 8% por razões táticas.”, disse.

O Bitcoin, negociado a US$ 105.500, rompeu sua tendência de baixa recente, mas Fournier reforça que ainda falta confirmação de um rompimento mais sólido.

“O momentum segue positivo, mas precisamos ver continuidade para validar essa reversão,” conclui.

Níveis de suporte e resistência

Guilherme Prado, country manager da Bitget, também destaca que o Bitcoin segue em fase de consolidação, com o preço comprimido entre zonas de suporte e resistência. A faixa entre US$ 106.000 e US$ 106.500 tem se mostrado uma barreira importante, com forte presença vendedora e ausência de volume comprador suficiente para um rompimento consistente. Esse comportamento mantém o viés neutro a levemente baixista no curtíssimo prazo.

O Netflow negativo nas exchanges, com mais saques do que depósitos, indica uma postura de acumulação de longo prazo por parte dos investidores — um sinal de confiança estrutural mesmo diante da falta de direção clara no curto prazo.

Tecnicamente, o BTC aguarda um catalisador para definir seu próximo movimento. Caso consiga romper os US$ 106.500 com força e volume, o caminho pode se abrir para uma valorização rápida até a faixa dos US$ 108.000–US$ 110.000. Por outro lado, uma nova rejeição pode levar o ativo a testar os suportes em US$ 104.000 e, se perdido, entre US$ 102.500 e US$ 100.000.

Portanto, o preço do Bitcoin em 04 de junho de 2025 é de R$ 602.889,82. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 04 de junho de 2025, são: SPX6900 (SPX), Uniswap (UNI) e Quant (QNT), com altas de 8%, 6% e 5% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 04 de junho de 2025, são: Fartcoin (FARTCOIN), Bonk (BONK) e Tokenize Xchange (TKX), com quedas de -7%, -4% e -3% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão

Siga o Cointelegraph Brasil para acompanhar as notícias em tempo real: estamos no X, no Telegram, no Facebook, no Instagram e no YouTube, com análises, especialistas, entrevistas e notícias de última hora do mercado de cripto e blockchain no Brasil e na América Latina.