O fluxo de saída de Bitcoins das corretoras centralizadas atingiu seu nível mais alto em 2021 até o momento. Cerca de 40.000 BTC foram sacados nos últimos sete dias.

De acordo com o relatório semanal sobre dados on-chain da Glassnode, publicado em 2 de agosto, os fluxos de saída de Bitcoin se aceleraram a uma taxa superior a 100.000 BTC por mês. É apenas a terceira vez que isso acontece desde setembro de 2019. Estima-se que apenas 13,2% dos BTC circulantes estão disponíveis nas corretoras atualmente - uma nova mínima para 2021.

“Isso representa uma retração quase total do signigicativo volume de entrada nas corretoras observado durante a liquidação de maio”, afirmou o relatório.

Transferência de reservas de BTC nas corretoras. Fonte: Glassnode

Os fluxos de saída das corretoras aumentaram para quase 150.000 BTC mensais no final de abril de 2020, após o violento crash da "Quinta-feira Negra". Na ocasião, os preços das criptomoedas despencarem mais de 50% em menos de dois dias depois que o presidente Trump anunciou a proibição de viagens entre os EUA e a Europa, em função da instensificação da pandemia do coronavírus. Apesar da queda agressiva, já no final de maio o Bitcoin havia se recuperado em 150%, gerando um forte acúmulo de moedas fora das corretoras.

Os saques chegaram perto de 150.000 BTC mensais novamente em novembro de 2020, enquanto o Bitcoin subia para testar seu preço recorde de US$ 20.000. O BTC alcançaria novas máximas históricas no mês seguinte.

O relatório da Glassnode observa tendências divergentes entre a Coinbase e a Binance ao longo da maior parte de 2021. A Coinbase experimentou fluxos de saída significativos, enquanto Binance foi a maior recebedora de BTC.

No entanto, agora, as reservas da Binance estão começando a diminuir. Na semana passada, 37.500 BTC (cerca de US$ 1,5 bilhão) foram sacados da corretora.

Os saldos da Coinbase permaneceram estáveis em junho. Embora a bolsa tenha recebido 30.000 BTC em meados de julho, 31.000 BTC foram retirados da plataforma na semana passada.

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Observando o cenário macro, o relatório referiu-se à “métrica de vivacidade” da Glassnoed para identificar tendências de acumulação.

A métrica, que mede a proporção entre a soma de dias de moedas destruídas (Coin Days Destroyed) e a soma de todos as moedas já criadas, indica uma ampla tendência de acumulação após a liquidação imediata de maio.

“Parece que HODLing e acumulação é, provavelmente, a tendência dominante no mercado on-chain”, concluiu o relatório.

Gráfico de vivacidade do BTC. Fonte: Glassnode