O Bitcoin não escapou de sua natureza volátil e ainda pode perder até metade de seu valor em certas circunstâncias, alertou o presidente da BitMine, Tom Lee.
“Tenho certeza de que veremos quedas de 50%”, disse Lee em uma entrevista publicada na quinta-feira com o empreendedor cripto Anthony Pompliano.
Nos últimos tempos, muitos participantes de mercado vêm argumentando que o Bitcoin não será mais tão volátil, já que os ETFs de Bitcoin à vista e o interesse institucional trariam maior estabilidade ao mercado.
Ainda assim, Lee afirmou que o Bitcoin (BTC) continua a seguir o mercado de ações e muitas vezes amplifica seus movimentos.
“O mercado de ações tem quedas de 25% com mais frequência”, disse. “O mercado de ações fez muito progresso nos últimos seis anos; tivemos uma quantidade incomum de correções de 25%”, acrescentou.
“Então, se o S&P cair 20%, o Bitcoin pode cair 40%”, afirmou.
Um “ciclo mais longo” em formação para o Bitcoin
Lee também declarou que o Bitcoin rompeu com seu ciclo típico de quatro anos — que apontaria um pico em outubro — sugerindo que agora está se desenvolvendo um “ciclo mais longo”.
Falando no podcast Bankless no início deste mês, Lee reiterou sua previsão de que o Bitcoin pode atingir entre US$ 200.000 e US$ 250.000 até o final do ano.
Uma correção de 50% a partir desse nível traria o preço do BTC para cerca de US$ 125.000 — próximo de sua atual máxima histórica.
Se o Bitcoin já tiver atingido o topo, como acreditam alguns defensores do ciclo de quatro anos, uma queda de 50% em relação ao preço atual de US$ 109.981 o levaria para cerca de US$ 54.990 — nível não visto desde setembro de 2024, de acordo com dados da CoinMarketCap.
Peter Brandt ecoa sentimento semelhante
Lee não é o único analista recente a fazer previsões pessimistas: o veterano trader Peter Brandt expressou um sentimento semelhante.
Brandt afirmou que o gráfico do Bitcoin se assemelha ao do mercado de soja dos anos 1970, antes de uma queda de 50%.
Quedas tão acentuadas já ocorreram antes em poucos meses. Em novembro de 2021, o Bitcoin atingiu uma máxima recorde de US$ 69.000 antes de despencar cerca de 50% — para aproximadamente US$ 35.000 — em pouco mais de três meses, até o final de janeiro de 2022.
Outros defensores do Bitcoin, no entanto, acreditam que a queda não será tão drástica no futuro.
O presidente da Strategy, Michael Saylor, afirmou em junho: “O inverno não vai voltar.”