A MARA Holdings, maior mineradora de Bitcoin em termos de produção, fechou seu maior acordo no setor de IA até agora: um contrato de US$ 168 milhões para comprar 64% da Exaion, subsidiária da estatal francesa Électricité de France, uma das maiores produtoras mundiais de energia de baixo carbono.
O acordo, anunciado na terça-feira, inclui a opção de a MARA aumentar sua participação para 75% até 2027, com um investimento adicional de US$ 127 milhões, condicionado a metas de desempenho.
Today, MARA and @EDFofficiel signed an investment agreement in subsidiary Exaion to expand MARA’s global AI/HPC capabilities.
— MARA (@MARA) August 11, 2025
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Exaion trabalha com Nvidia
A Exaion desenvolve data centers de computação de alto desempenho e fornece infraestrutura de IA e nuvem em parceria com empresas como a gigante Nvidia e a firma de auditoria Deloitte. Segundo a MARA, o acordo posiciona a Exaion para expandir internacionalmente em larga escala, atendendo clientes corporativos e do setor público.
A transação deve ser concluída no quarto trimestre, sujeita às aprovações necessárias. O CEO e presidente da MARA, Fred Thiel, afirmou: “À medida que a proteção de dados e a eficiência energética se tornam prioridades para governos e empresas, a experiência combinada da MARA e da Exaion nos permitirá oferecer soluções de nuvem seguras e escaláveis, preparadas para o futuro da IA.”
Expansão em IA ocorre enquanto dificuldade de mineração de BTC dispara
A entrada da MARA no setor de IA acontece em meio a um aumento acentuado na dificuldade de mineração do Bitcoin (BTC), elevando o consumo de energia e pressionando as margens de lucro dos mineradores, a menos que invistam em equipamentos mais eficientes ou energia mais barata.
Apesar de ser líder em hashrate e valor de mercado, a MARA foi uma das últimas grandes mineradoras a investir pesado em IA.
Em comentários adicionais na segunda-feira via X Spaces, Thiel afirmou que a MARA “deliberadamente escolheu não estar na primeira onda” de expansão para o setor de IA e data centers HPC.
“Em vez de tentar adaptar instalações de mineração existentes, estamos investindo em um parceiro que já tem a experiência, a base de clientes e o histórico no setor”, disse Thiel, acrescentando que “isso nos permite agir de forma rápida, inteligente e com credibilidade.”
Novo concorrente da MARA na produção de BTC
Em julho, a MARA minerou 703 Bitcoin — ficando atrás da concorrente IREN, que registrou um recorde de 728 BTC no mesmo mês. A queda na produção da MARA provavelmente foi causada pela menor quantidade de máquinas ativas.
Ainda assim, a MARA viu sua receita subir 64% ano a ano, para US$ 238 milhões no segundo trimestre, e mantém 50.000 BTC avaliados em quase US$ 6 bilhões, sendo a segunda maior tesouraria de Bitcoin, atrás apenas da Strategy de Michael Saylor.