O Bitcoin recuperou o nível de preço de US$ 100 mil pela primeira vez desde janeiro, refletindo um sentimento renovado de alta entre os investidores.

O Bitcoin (BTC) voltou a atingir a marca de US$ 100 mil em 8 de maio, às 15h22 UTC, com uma alta de 4,2% a partir da mínima intradiária de US$ 95.967, segundo dados do CoinGecko.

Esta foi a terceira vez que o BTC ultrapassou a marca de seis dígitos desde que a atingiu pela primeira vez em 5 de dezembro de 2024. Um segundo recorde histórico foi registrado em 20 de janeiro, antes da posse do presidente dos EUA, Donald Trump.

Gráfico de preço do Bitcoin no último ano. Fonte: CoinGecko

Diferente das vezes anteriores em que atingiu US$ 100 mil, o novo salto de preço ocorreu enquanto a dominância de mercado do Bitcoin ultrapassava 60%, refletindo um possível sentimento negativo em relação às altcoins.

Dominância do Bitcoin abaixo de 60% nas últimas vezes que ultrapassou US$ 100 mil

A dominância do Bitcoin — a participação do ativo no mercado total de criptomoedas — vem subindo de forma constante ao longo do último ano. Durante sua primeira alta até os US$ 100 mil, em dezembro de 2024, a dominância do BTC estava em 52%. Em janeiro de 2025, esse número havia subido para 54%.

Gráfico histórico da dominância do Bitcoin. Fonte: CoinGecko

O recente pico na dominância do Bitcoin alcança níveis históricos vistos pela última vez no início de 2021, quando o Bitcoin era negociado em torno de US$ 36 mil e se encaminhava para suas antigas máximas acima de US$ 60 mil.

“O Bitcoin vem demonstrando força há semanas, superando outros tokens digitais e quase não reagindo a eventos geopolíticos na Ásia e no Oriente Médio, que poderiam tê-lo impactado no passado”, disse ao Cointelegraph Petr Kozyakov, CEO da Mercuryo.

“Com o ouro também tendo um bom desempenho ao longo do ano, já é possível afirmar que o Bitcoin pode ter se consolidado como uma proteção econômica e uma reserva de valor de longo prazo”, acrescentou.

Por que o preço do Bitcoin está subindo agora?

A mais recente retomada da marca de US$ 100 mil pelo Bitcoin ocorreu em meio a uma combinação de fatores políticos, institucionais e macroeconômicos.

Alguns membros da comunidade relacionaram o movimento de alta do Bitcoin a um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido, sugerido por Trump em uma publicação no Truth Social em 7 de maio.

“O Bitcoin está rondando os US$ 100 mil, um nível psicológico importante para os traders, após Trump sinalizar um grande acordo comercial, possivelmente com o Reino Unido”, disse ao Cointelegraph Vincent Liu, diretor de investimentos da Kronos Research.

Liu afirmou que a alta também é sustentada pela queda nos rendimentos dos títulos, enfraquecimento do dólar e novos fluxos institucionais nos fundos negociados em bolsa de Bitcoin spot, que registraram US$ 1,8 bilhão em entradas na última semana de negociação.

Índice de Medo e Ganância das Criptomoedas. Fonte: Alternative.me

Apesar do impulso de alta e da consolidação do Índice de Medo e Ganância das Criptomoedas na zona “verde”, com pontuação atual de 65, alguns dados econômicos importantes dos EUA devem influenciar os movimentos do Bitcoin em breve, segundo Liu:

“Embora o momentum esteja forte, os próximos dados orçamentários dos EUA, em 12 de maio, e o CPI [Índice de Preços ao Consumidor], em 13 de maio, serão fundamentais para determinar se o BTC conseguirá romper e se manter acima desse nível. Para que a alta se sustente, a narrativa do acordo comercial precisará evoluir para avanços concretos.”

Segundo Ben Caselin, diretor de marketing da VALR, há uma “boa chance” de o Bitcoin registrar novas máximas, acima de US$ 110 mil, mais cedo do que se imagina, à medida que o ativo busca consolidar seu valor acima de US$ 100 mil.

“O varejo tende a entrar apenas na fase final do tradicional ciclo de quatro anos do Bitcoin, o que pode levar a um topo macroeconômico no quarto trimestre deste ano”, disse Caselin ao Cointelegraph.

Ao mesmo tempo, diante dos avanços contínuos na regulamentação global de criptoativos e de diversas iniciativas estratégicas de reservas em Bitcoin, Caselin também vê possibilidade de “crescimento prolongado e acelerado além de 2025”.

Reportagem adicional de Amin Haqshanas.